O Sindicato dos Professores da Madeira e o Sindicato Democrático de Professores foram apanhados de surpresa com a notícia da saída de Jorge Carvalho da Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia.
Recorde-se que, tal como avançado pelo JM, Jorge Carvalho será o candidato do PSD à Câmara Municipal do Funchal.
Hoje, em declarações ao Jornal, Francisco Oliveira e António Pinho admitiram terem ficado surpreendidos com a decisão do governante.
O dirigente do SPM começou por comentar que “estávamos longe de imaginar a saída de um momento para o outro do secretário”, depois de dez anos do cargo, reconhecendo que, ao longo desses anos, “foi construída uma relação positiva e de confiança que permitiu vários avanços” na carreira docente, apesar de haver aspetos que têm de ser corrigidos ao nível dos constrangimentos existentes.
Quanto ao sucessor, Francisco Oliveira entende que, independentemente da solução encontrada para ocupar o cargo, “é importante continuar-se com este caminho” de dar avanços na carreira docente. “Para nós, é impensável, começarmos do zero”, afirmou, lembrando os compromissos assumidos pela tutela para o início, em setembro, do próximo ano letivo, para que “a 1 de janeiro de 2026, seja possível reparar o problema das ultrapassagens que já vem de 2011”, ou acabar com as vagas de acesso a determinados escalões, entre outras matérias.
“Qualquer secretário que chegue neste momento, tem de vir com esta predisposição”, defendeu. “Os compromissos assumidos pelo governo não podem sofrer atrasos. Podem sofrer aceleração, mas recuos não”.
Já António Pinho também admitiu que o SDP foi surpreendido com a decisão da saída de Jorge Carvalho. “É uma questão política, que nos ultrapassa. Mas, esperamos que seja dada continuidade a algumas matérias que foram promessas muito recentes da tutela”. Por isso, aditou o dirigente sindical: “queremos é que quem venha, que coloque essas matérias, como prioridade na sua agenda, para tentarmos ultrapassar questões” relacionadas com a carreira docente.
Sobre a relação institucional entre o secretário regional de Educação e o organismo sindical, António Pinho classificou de “cordial”, com abertura para resolver problemas, “mas também com algumas divergências, o que é normal entre visões antagónicas sobre os assuntos”.