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1.º volume da coleção ‘Epopeias Madeirenses’ é apresentado esta sexta-feira

Data de publicação
11 Dezembro 2025
15:24

O Governo Regional, através da Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, está a apoiar a coleção Epopeias Madeirenses – Obras Completas, um projeto conduzido pelo Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes e que conta com o apoio da Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Globais e Insulares e do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta.

A apresentação na Madeira do primeiro volume desta coleção – Insulana de Manuel Tomás –, sob a chancela das Edições Afrontamento, realiza-se esta sexta-feira, dia 12 de dezembro, pelas 17 horas, no Centro de Estudos de História do Atlântico – Alberto Vieira, no Funchal. A apresentação estará a cargo de José Eduardo Franco, diretor da Cátedra UNESCO/CIPSH de Estudo Globais, e José Carlos Seabra Pereira, diretor do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra.

Recorde-se que, no passado dia 17 de outubro, a obra foi revelada no FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos.

Leia a nota de imprensa da Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura:

“A coleção Epopeias Madeirenses – Obras Completas reúne 11 obras que são património regional e nacional, três dos quais até aqui inéditos. Maioritariamente da pena de autores nascidos na Madeira, evocam os particularismos da paisagem e da história de humanização da Ilha em confronto com a história de Portugal.

Num percurso que se estende de 1635 a 1921, datas das edições originais do primeiro e do último volume, a história insular cruza-se com a narrativa da expansão portuguesa e bebe da tradição clássica da epopeia e do seu ex-líbris quinhentista, Os Lusíadas, de Camões.

A tuba da épica faz ressoar também o clima das invasões francesas e das lutas liberais, derivando em alguns casos para o modelo herói-cómico. Nos exemplares mais recentes, sobressaem textos de cariz novelesco e satírico centrados em temas como o amor e a hierarquia social e os fluxos migratórios da Ilha para o continente americano. Já em pleno século XX, combinando modernismo classicismo, as epopeias madeirenses evidenciam um interesse renovado pela historiografia e o maravilhoso épico, demonstrando uma apreciável continuidade do género em terras insulares.

Sobre o primeiro volume da coleção, os responsáveis referem que Manuel Tomás narra na Insulana o descobrimento oficial da ilha da Madeira pelo capitão João Gonçalves Zarco (1419). Entretece neste relato uma revisitação dos protagonistas e episódios históricos e lendários do seu povoamento, dos feitos dos seus capitães e líderes eclesiásticos, entre tantos outros notáveis descendentes, todos eles participantes no capítulo da história portuguesa que corresponde à expansão do império marítimo.

Cruzando a história nacional com a história local, o poema épico de Manuel Tomás alia o universalismo do humanismo renascentista à profundidade da cultura cristã barroca. Esse universalismo surge espelhado no elenco de fontes literárias da Antiguidade, de natureza histórica, bíblica e mitológica, mas também no inventário de espécies florais e minerais, de bálsamos e especiarias, cujo conhecimento resulta do comércio intercontinental estabelecido ao longo de dois séculos. A Madeira, à semelhança das ilhas deleitosas que figuram nas grandes epopeias do Renascimento, é exaltada como lugar de perene amenidade e abundância.

O apoio atribuído pelo Governo Regional visa a concretização maior da edição criticamente anotada da coleção completa de epopeias do ciclo épico madeirense, ou seja, e entre outras: “Insulana”, de Manuel Tomás; “Zargueida”, “Georgeida” e “Nova Lusíada”, de Medina e Vasconcelos; “Guianeida”, por uma Sociedade de Sábios; “Lusa Epopeia”, de Quirino de Jesus e “Além-Mar”, de Cabral do Nascimento.

O Secretário Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, afirma que o Governo Regional reconheceu, desde o primeiro momento, “a importância literária, científica e simbólica deste projeto conduzido pelo Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes (IECCPMA)”. Por isso, decidiu investir na sua concretização, celebrando um protocolo de cooperação. “Mais do que um apoio financeiro, este compromisso representa uma visão estratégica para a cultura madeirense”, refere.

Acima de tudo, salienta o governante, Governo Regional da Madeira “orgulha-se de ser parceiro nesta iniciativa. A decisão de apoiar este projeto representa um investimento cultural de longo alcance, não apenas na preservação do património literário, mas também na afirmação da identidade e da criatividade das ilhas atlânticas no quadro mais vasto da cultura portuguesa e europeia”. E acrescenta: “este projeto é também um exemplo notável de cooperação entre instituições públicas e privadas, demonstrando que a cultura é um espaço de convergência e de construção coletiva.

E é essa visão que continuamos a querer a afirmar: uma Madeira que se projeta como destino de cultura, capaz de oferecer não só paisagem e hospitalidade, mas também pensamento, criação e memória.””

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