A arquiteta Maria João Almada Cardoso, residente no Funchal, faleceu hoje aos 86 anos, anunciou a Secção Regional da Madeira da Ordem dos Arquitectos.
Em comunicado, a Ordem dos Arquitetos lembra uma carreira que “deixou marca significativa na reabilitação patrimonial, no urbanismo e na criação de equipamentos culturais de referência em Portugal continental e na Madeira”.
Maria João Almada Cardoso é recordada como “uma arquiteta dedicada, discreta e profundamente comprometida com a qualificação do território e a preservação do património”.
Formada em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1973, viria a obter a aprovação profissional no então Sindicato em 11 de janeiro de 1979.
Iniciou a sua atividade ainda antes de 1974, trabalhando na recuperação de aldeias históricas no âmbito do programa Bem-Estar Rural e integrando posteriormente os serviços da Câmara Municipal de Lisboa, antes de transitar para a recém-criada EPUL, onde participou em importantes projetos urbanos, entre os quais o Bairro de Telheiras, em coautoria com o arquiteto Duarte Nuno Simões.
Nas décadas de 1980 e 1990 destacou-se na Madeira, coordenando o projeto de recuperação urbana do Ilhéu de Câmara de Lobos e assumindo um papel central na conceção e expansão da Casa-Museu Frederico de Freitas, em colaboração com Gastão Salgado da Cunha, cuja primeira fase foi inaugurada em 1988 e a segunda concluída em 1999, incluindo a construção da Casa dos Azulejos e a ampliação dos espaços expositivos e de serviços.
Para além destes projetos de maior escala, desenvolveu uma vasta atividade em habitação particular, com especial enfoque na reabilitação e ampliação de edifícios, área em que se distinguiu pela sensibilidade ao contexto, atenção ao detalhe e rigor do desenho.