MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Investigador na área da Educação

7/12/2025 07:30

Sempre que vamos ouvindo nos discursos a importância de aumentar a competitividade de Portugal, inevitavelmente a inovação acaba por lhe estar inexoravelmente ligada.

Perscrutar um fórum, dedicado a estas matérias, onde podemos encontrar o comparativo das economias globais, encontramos o Índice Global de Inovação - Global Innovation Index [GII] e, neste, um rancking onde de acordo com vários indicadores (desde capital humano e investigação, infraestruturas, sofisticação dos negócios...) se permite uma comparação abalizada.

Em 2025 a nível mundial, a Suíça mantém a liderança do GII, seguida pela Suécia, EUA, República da Coreia, Singapura, R.U., Finlândia, Holanda, Dinamarca e China (país que entra no top 10 pela primeira vez). Portugal mantém a 31.ª posição, a mesma que ocupava em 2024, mas agora num universo de 139 países analisados (em 2024 o estudo reportava a 133 economias mundiais).

À escala europeia, o posicionamento de Portugal teve uma ligeira melhoria, com a subida de uma posição no ranking das economias europeias, ocupa agora a 19.ª posição (em 2024 estava no 20.º lugar). Entre os 27 Estados-Membros da União Europeia é 16.ª economia mais inovadora.

Quando olhamos para a inovação, apenas na ótica do seu enfoque no mundo laboral, verifica-se que esta resulta de um conjunto de características individuais e comportamentais que favorecem a criação e a implementação de ideias novas e úteis no contexto organizacional. Entre estas, a criatividade, entendida como a capacidade de produzir soluções originais e adequadas, apoiada por flexibilidade cognitiva e pelo pensamento divergente. A proatividade constitui, igualmente, um elemento central ao traduzir a tendência para antecipar necessidades, identificar oportunidades e iniciar ações de melhoria independentemente de instruções superiores. A seu tempo, a autonomia, associada à autogestão e à tomada de decisão informada, contribui para a capacidade de responder de forma inovadora a desafios emergentes. A competência para resolver problemas, aliada à disposição para experimentar diferentes abordagens, sustenta processos de inovação incremental e disruptiva. De igual modo, a abertura à mudança e a aprendizagem contínua refletem uma orientação para a adaptação permanente, permitindo a incorporação de novos conhecimentos e tecnologias no trabalho. A colaboração e a comunicação eficaz facilitam o intercâmbio de informação e a construção coletiva de soluções inovadoras, enquanto a tolerância ao erro reforça a capacidade de perseverar perante incertezas e falhas inerentes aos processos inovadores. Por fim, a orientação para resultados, o pensamento crítico e a motivação intrínseca sustentam uma postura sistemática de melhoria contínua, promovendo a criação de valor organizacional por meio da inovação.

O facto, mais relevante, no entanto, é que quando olhamos para inovação e a vemos tentativamente aplicada, acabamos por vê-la circunscrita -pelos decisores públicos e empresariais- à tecnologia, como se esta subsumisse aquele conceito na sua integralidade. Não deixa de ser compreensível! A tecnologia habita os nossos dias, o nosso quotidiano, e este está, cada vez mais, conectado, digitalizado, automatizado.

Mas, inovação, pode e deve ser mais do que isto e deve, quiçá mais do que a tecnologia per se; radicar na cultura e na estratégia competitiva de todos os que fazem uma organização e que esta deve incorporar-se nas organizações que a coloquem como central.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Como avalia o desempenho das autoridades no combate ao tráfico de droga?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas