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Artigo de Opinião

Geógrafo / Colaborador Europe Direct Madeira

2/03/2023 08:00

Basicamente, a ideia era conceber um formato distinto e informal, mas altamente eficiente, que possibilitasse juntar jovens estudantes para debater a Europa e combater os eternos estereótipos que gravitam em torno dela (e não são poucos!). O objetivo era claro: desmistificar perceções e, acima de tudo, ouvir os participantes!

Daí até escolher o formato final foi tudo relativamente rápido: a REPCE, com destaque para a sua equipa de comunicação, avançou com o primeiro Summer CEmp, uma espécie de escola de verão para universitários, reunidos na "aldeia mais portuguesa de Portugal" - Monsanto. O sucesso da primeira edição traduziu-se na certeza que o evento tinha "pernas para andar": seguiu-se Marvão (2018), Monsaraz (2019), Alcoutim (2021) e Ribeira Grande (2022), sempre num registo de enorme empatia e cumplicidade entre os cerca de 40 participantes e outros tantos, mentores e oradores convidados do mundo da política, dos media, do mundo académico, dos setores privado e social, do desporto, da cultura e da própria comunidade local.

Falo com conhecimento de causa. Tive o enorme privilégio de ter sido um dos oradores convidados para a edição de Monsaraz e pude testemunhar a atmosfera democrática, participativa e profundamente contagiante que se vivia no evento. Senti, em Monsaraz, que estava no centro da Europa!

A edição deste ano, em Ponte da Barca, não será diferente! O programa de quatro dias, entre 30 de agosto e 2 de setembro, afigura-se, uma vez mais, "imersivo, intensivo e dinâmico", suficientemente atrativo para mobilizar os jovens em torno do debate sobre o estado da União Europeia (UE) e sobre o(s) rumo(s) que o projeto europeu pode seguir em direção a um futuro onde a união dos povos, no respeito pela sua diversidade, esteja assegurada.

De facto, a UE é um projeto em permanente construção, onde os desafios surgem quando menos se espera. Na primeira edição, o Brexit afigurava-se como o grande tema em discussão na praça pública. Os mais pessimistas antecipavam, então, o fim da UE! Mas a unidade fala mais forte e a experiência marca pontos e, uma vez mais, a Europa deu provas de resiliência e superou essa adversidade. Outras tantas surgiram, desde então. Novamente a Europa foi posta à prova, primeiro com a pandemia, agora, mais recentemente, com o drama da invasão bárbara e injustificada da Ucrânia, sem esquecer a crise climática que nos persegue há já algum tempo, sendo ela própria capaz de despoletar outras crises, não menos significativas.

Diria mesmo que temas para debater e desafios para resolver não faltarão entre os jovens que terão o privilégio de ser selecionados para a edição deste ano. Pessoalmente, sugeria um espaço para debater os impactos do Digital, nomeadamente ao nível da inteligência artificial e da realidade virtual. Guardo para mim que podemos estar perante um cocktail complexo de repercussões imprevisíveis, mas talvez esteja só a ser "velho do Restelo", pois o futuro será inevitavelmente digital.

Observação final para referir que, o que aqui não foi dito, poderá ser encontrado na página oficial da REPCE. Seja como for, termino com três notas adicionais: todos os estudantes do ensino superior, com idades até aos 30 (independentemente do grau de ensino ou da sua área de formação) são elegíveis; os custos são assegurados pela Organização; quem participar neste evento viverá garantidamente uma experiência enriquecedora que jamais esquecerá! A União Europeia pode ser viciante…

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