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Artigo de Opinião

Antropóloga / Investigadora

14/08/2023 08:00

O desempenho vem da dedicação e do empenho. A qualidade e a produtividade devem ser reconhecidas e valorizadas.

A questão é que nem todos os gestores das empresas têm a capacidade de avaliar a eficiência do trabalho realizado pela sua produtividade, mas sim, unicamente, pela sua presença. Muitos apenas vêm a simpatia e a amabilidade do colaborador. Outros só se interessam que o trabalho apareça feito, independentemente de quem o fez. E ainda há outros que contabilizam o número de horas que cada um passa no local de trabalho, sendo irrelevante a própria produtividade ou postura em si. Isto faz com que haja desmotivação à falta de valorização e de reconhecimento.

A verdade é que não devemos confundir presença com desempenho. Muitas vezes, aquele bajulador ou graxista, aquele que oferece presentes ao chefe com uma extrema simpatia, que fica até tarde no escritório, faz bem menos que o colega calado, reservado, focado e que sai cinco minutos mais cedo para ir a uma consulta médica ou buscar os filhos à escola. A presença nem sempre significa trabalho realizado, eficiência ou excelência.

À semelhança de outros pais, confesso que muitas vezes vivo este dilema: ficar até mais tarde e ganhar uns pontos na minha carreira ou buscar os meus filhos à escola, a horas? Por um lado, acreditamos que estamos a fazer o melhor, que é a rotina da vida e que estamos a lutar pelo nosso ganha-pão e por um futuro melhor. Por outro lado, sentimos os piores do mundo com este sentimento de culpa. Tentamos mostrar que somos perfeitos e que está tudo top, mas a verdade, é que andamos exaustos!

A conciliação profissional com a família é um dos maiores desafios do quotidiano. Não há fórmulas mágicas para equilibrar a balança. A pressão para cuidar dos filhos e do emprego com igual dedicação é e continua a ser um desafio para muitos de nós. Ter de optar pela família ou pela carreira (ainda) é uma realidade. Ambas são profissões exigentes. Muitas vezes, a carreira é deixada para segundo plano, em detrimento da família e vice versa.

Sim, é exequível assumir as duas profissões, com muito esforço, aventura e malabarismo pelo meio, é certo. Somos uns autênticos acrobatas para administrar o nosso tempo e resolver situações adversas e imprevistos do dia a dia, como levar o nosso filho ao médico, ir ao supermercado comprar o jantar, estar presente nas reuniões da escola e, ao mesmo tempo, atender chamadas do trabalho, responder a emails, gerir agendas… Demasiadas responsabilidades. Ser e fazer tantas coisas ao mesmo tempo parece uma missão impossível. Exige grande capacidade de conciliação e de gestão: ter tempo para a maternidade, para a carreira, mas também para a individualidade.

Sim, o meu dia a dia é feito de muito stress, de agitação e de alvoroço. Mas também, é feito de momentos caricatos, de vivências bonitas e divertidas que não troco por nada. Todos os dias, há sempre histórias para contar e fazem a ginástica do meu dia a dia valer a pena, num equilíbrio necessário entre a família e o trabalho.

Encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e vida profissional, não é fácil. Ser mãe e profissional ao mesmo tempo é um desafio. Enquanto mãe e trabalhadora, acredito que a chave está no foco, na determinação e na entrega nos objetivos que pretendo alcançar.

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