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Artigo de Opinião

26/05/2022 08:01

Calamos? Reclamamos? Negamos? Aceitamos? Sinto que a Covid nos tirou as forças…

Íamos no bom caminho, mas parece que as nossas pernas não deram o salto para lutar perante as injustiças.

Será que estamos tão habituados, que já nem reagimos?

A maioria das pessoas vive com dificuldades e não faz nada.

Porquê? Será que a sociedade educa e manipula para aceitarmos as injustiças?

Nas nossas casas temos um educador que manipula a nossa forma de ser e estar em sociedade. Eram os pais/cuidadores que educavam, agora é o telefone. Sinto que este educador ensina a "suportar sem fazer nada".

Manipulando com as grandes regras para a felicidade como por exemplo, procurar a paz e tentar ser grato. Grato por acordar mesmo sem nada no frigorífico?

Onde anda a luta e o conflito que é tão necessário? O conflito com "respeito pelo outro", gerador de discussão, provocando a mudança e reforçando a luta.

"Transformar ações em movimentos", uma afirmação que ouvi de um camarada. Depois de uma ação fazer outra e outra garantindo a luta contra a injustiça identificada.

Um exemplo de injustiça são os programas de emprego, 3 meses, 6 meses, 1 ano em precariedade.

As pessoas que estão nestes programas aceitam e até querem repetir, porque sentem que é melhor que nada. Gratos? Mesmo que recebam por mês menos que o ordenado mínimo e fiquem com a vida em suspenso, por exemplo, não podem comprar nem um PC a crédito, não podem ter férias com subsídio de férias (legislado no nosso código de trabalho), ou até sonhar em ter filhos.

As empresas agradecem e o número de desempregados diminui. Mas a vida das pessoas não melhora! Paz?

O governo e as empresas privadas continuam injustamente a empregar precários. As empresas com mais lucros, também têm trabalhadores precários (estágios, contrato a termo, trabalho à comissão e etc.). Alguns, curiosamente, têm "motivadores/manipuladores" para a aceitação destas condições. Paz e gratidão?

Outro exemplo de injustiça são os vencimentos estagnados há anos (subidas de carreira e reformas estagnadas).

O PSD executou a estagnação (troika), e o PS não revogou essas normas no Código do Trabalho.

Trabalhar há 12 anos numa empresa e ganhar o mesmo que o colega que acabou de chegar é injusto para ambos!

E agora com a inflação tão alta?

Para nós, Bloco de Esquerda, a estratégia que está a ser usada por este governo vai servir para empobrecer os portugueses.

Esta inflação não é transitória, como defende o Governo PS. É obrigatório aumentar decentemente os ordenados e as pensões para responder ao aumento exagerado dos preços que se estão a praticar neste momento!

Já tivemos uma redução dos ordenado e pensões em 2015, não aumentar os ordenados quando tudo aumentou é o mesmo que reduzir para mim. Façam as contas!

Com a inflação em alta nunca vi tão pouca gente nos festejos do 1º de maio, onde estão as nossas pernas para a luta?

Viver à comissão da sorte da venda, viver com um programa de emprego?

Viver com o mesmo ordenado, com todos os preços a subir?

Grande injustiça!

Viver em suspenso cansa e traz problemas graves de saúde física e mental, tira-nos as forças e sem forças não conseguimos sentir felicidade.

Nos anos 70/80/90 existiram grandes lutas! Temos de lutar! Porque as crianças, que serão os futuros adultos, não nos vão perdoar.

O perdão e as desculpas evitam-se!

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