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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

11/01/2023 08:00

Observemos que até as religiões observam orações em canto, como forma de aproximação e louvor à Deidade, a frase "quem canta reza duas vezes" atribuída a Santo Agostinho (na realidade uma paráfrase que ganha dimensão de adágio popular) assim o determina!

Existem benefícios óbvios na música, ora na relação entre humanos, na relação com a Deidade, e na relação com o seu eu mais íntimo.

Apesar de não gostar de tops nem de listas, as quais julgo serem sempre redutoras e com o mais negativo da democracia. Não posso deixar de comentar o facto de a conceituada revista Rolling Stone ter concretizado um top 100 já há 12 anos, em que as músicas dos anos 70 e 80 lideravam de longe a lista (revejo-me muito neste top 100) e que agora tenha concretizado um top 200 com novas regras e critérios de avaliação que alteraram a dinâmica e obviamente os participantes da listagem, ora daqui decorre que estes tops ou listagens são de uma subjectividade que não se coaduna com uma avaliação em rigor da qualidade da música exibida, mas sim de preferências pessoais, e como tal sujeitas à volubilidade humana e dos tempos.

Em nenhuma destas listas consta, Nitin Sawhney, músico, produtor e compositor britânico, um génio musical cuja música nos transporta sempre, para um momento de Paz e Plenitude. Poucos tem este condão, escrevi no passado um artigo sobre uma música "Breathing Light" do álbum Prophesy de 2001, sendo que o seu álbum "Beyond Skin" de 1999 foi o que me apresentou a este génio, a colaboração de Nina Miranda (conhecida por nós dos Smoke City - Underwater Love) na música Homelands foi a primícia deste caminho de culto. Hoje falo de uma música em particular, Immigrant do álbum Beyond Skin, não sendo a minha favorita apresenta uma sonoridade e mensagem a reter, a voz de Ashwin Srinivasan e Nicki Wells em Inglês e Bengali contam-nos a história de um barqueiro que transporta as pessoas rio abaixo, metaforicamente levando-as para maravilhosas experiências na vida, noutro lugar.

A Vida é realmente esta viagem, importa apreciar esta experiência em pleno, sendo a Vida um exercício imaginativo em termos conceptuais o barqueiro somos nós, somos timoneiros e quando nos vemos perante a situação de não conseguir o controlo, esperamos que um semelhante assuma esse papel, somos seres relacionais, por isso tal processo decorre naturalmente. O que verdadeiramente importa é deixar uma marca positiva na viagem, trilhar o Caminho do Bem, semear Paz, cultivar Amor, só assim a experiência faz sentido e pode ser vivenciada em pleno, a vida não é mais que uma lição de Amor.

A música tem este condão de nos transportar para um momento de paz e tranquilidade, se quisermos de um certo absolutismo, a revelação existencial na plenitude!

Tal como Lúcio Seneca advoga, a necessária realização do balanço existencial no momento de fruição de uma bela melodia, transporta-nos para a eternização, aceitando o resultado de tal balanço chegando à máxima de Lúcio Seneca - É mais humano rir da vida do que lamentá-la.

Perguntaram ao actor Keanu Reeves, o que é que acontece quando morremos, e ele respondeu de forma tão sapiente, que os que nos amam sentirão a nossa falta. Seja o barqueiro da sua vida, vá ao encontro das experiências mais maravilhosas sabendo que essas só acontecerão se espalhar Amor, se viver em Paz, isso é o que verdadeiramente importa, sabendo que somos eternos nesse outro lugar maravilhoso, que é a dimensão do Amor.

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