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Artigo de Opinião

16/12/2024 03:30

O Governo Regional decidiu discutir o Orçamento da Região Autónoma da Madeira (ORAM) para 2024 apenas em fevereiro deste ano, não se preocupando com o facto de ficarem os 2 primeiros meses do ano a governar em duodécimos. Durante o primeiro dia da discussão desse orçamento, Miguel Albuquerque apresentou a sua demissão ao Representante da República, caindo assim o ORAM para uma data posterior às eleições que só poderiam vir a ser marcadas em março, para se realizarem em maio e discussão de um novo orçamento em julho. Miguel Albuquerque sabia bem qual o calendário possível para estas marcações e mesmo assim, decidiu demitir-se durante a discussão desse Orçamento. A culpa de vivermos os primeiros 7 meses do ano sem orçamento foi única e exclusivamente do PSD e de Miguel Albuquerque.

Durante esse período, após a demissão do Presidente do Governo Regional, foram ensaiando uma narrativa que de o diabo tinha descido à terra e que a Região estaria parada, por estarmos sem esse bendito Orçamento. Como bem sabemos, o diabo não desceu à terra, tudo funcionou e apenas nos meses de abril, maio e junho aumentaram a dívida pública em 144 milhões de euros (em plena governação por duodécimos).

Com o ORAM para 2025 chumbado por toda a oposição, e com a previsível queda do Governo, já amanhã, com aprovação da moção de censura, Miguel Albuquerque retomou o discurso que o diabo vai descer novamente à terra, porque vamos estar em gestão nos primeiros meses do ano. Cada vez é mais difícil de levar o atual governo a sério, principalmente um governo suspeito e que mente aos e às madeirenses com a maior das facilidades.

É preciso mudar o rumo desta nossa terra e eleger uma composição parlamentar que permita um governo diferente, sem o PSD e sem a sua bengala favorita, o CDS.

Para tal, é necessário um entendimento entre os partidos que respeitam os princípios democráticos, para que se consiga efetivamente mudar a Região. E essa mudança, passará obrigatoriamente pelo PS. Não é possível construir uma maioria parlamentar alternativa sem a presença do Partido Socialista. Por isso é que o PS se apresenta como partido de poder, e é esse o seu objetivo, ser poder na Região e pôr fim aos 48 anos de poder do PSD. O PS não concorre para ser o segundo partido ou o partido que lidera a oposição, o partido socialista está preparado para ser governo, e isso é o que o distingue dos restantes partidos. Queremos mesmo uma mudança.

Entendam-se! Falhada a primeira tentativa de conversações entre as diversas forças políticas da oposição, é tempo de deixarem os calculismos individuais, de cada um dos partidos e começarem a negociar em prol de um bem comum, a nossa Região. Reúnam-se à porta fechada, num mano a mano ou em grupo, mas, volto a insistir, entendam-se.

Podemos ir a eleições separados, cada um por si, ou coligados, mas focados que na segunda-feira seguinte à noite eleitoral, teremos de ter uma solução de governo desenhada, que garanta a estabilidade governativa para podermos mostrar que há um outro mundo bem melhor, quando se retira o PSD da equação. Que é possível realmente melhorar as condições de vida de todas e de todos os madeirenses, em vez de um grupo restrito de privilegiados, como tem acontecido desde que temos autonomia.

Um feliz natal e que 2025 seja o ano da verdadeira mudança na Região Autónoma da Madeira.

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.

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