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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

22/08/2022 07:50

Todas as formas de expressão são válidas, e todas elas são questão e resposta.

O título, a música é a resposta, decorre de um êxito musical de 1998 no género da House music, interpretado por Celeda e produzido pelo nova iorquino Danny Tenaglia, cujo título é "Music is the Answer", peca por limitar a uma forma de expressão artística, mas decorre de uma observação muito particular e pessoal de que, a música sendo linguagem universal, é a solução para tudo.

Sendo a vida um exercício imaginativo na sua essência, a solução dos problemas criados na nossa mente reside factualmente em nós! Por vezes deixamo-nos imiscuir de tal forma nos problemas que não temos a capacidade de observar a solução, se quisermos, o problema manieta o nosso raciocínio lógico, a visão tolda e afunila para o problema, gerando um bloqueio, "a fim de compreender o mundo, é necessário afastar-se dele ocasionalmente" ACamus.

Todos sabemos que deambular nos problemas ao invés de trazer solução, só a prejudica.

Necessitamos então de estímulos externos que nos façam realizar a solução, no meu caso a música, mas na realidade todas as formas de arte apresentam esse condão libertador das amarras do problema, abrindo o caminho da solução, podendo ser esta apenas a aceitação.

Na saúde não o é diferente, sendo o nosso organismo uma máquina dinâmica, complexa, mas completa, resultado de um aperfeiçoamento evolutivo contínuo ao longo de milénios, com uma adaptabilidade ímpar enquanto ser individual e social, significa que encerra em si a capacidade de resolver a maior parte dos problemas solucionáveis, só necessitamos da chave para os resolver.

A arte comporta a chave para essa libertação, paz, equilíbrio, harmonia entre o homem e a vida que leva, é responsável pela felicidade, por essa sensação de plenitude, e como tal pela vida sã, aqui distingo vida saudável da ausência de doença, por exemplo uma pessoa que vive de forma completa, aprecia as suas vicissitudes e no entanto, não sabendo que tem uma patologia, um cancro ou uma insuficiência a qualquer nível orgânico, pois sempre existiu nessa normalidade sua, só a partir do momento do diagnóstico passa a sentir-se limitada, é alvo de uma sentença, barreira autoimposta, em boa verdade todos nós carregamos a finitude e a doença em potencial desde o primeiro sopro de vida, mas a vida será sempre melhor vivida relevando a existência das mesmas.

As artes são assim para a saúde uma chave de vida, colocam-nos na relevância que temos, ensinam-nos o fenómeno da aceitação, exploram o alpha e o omega e todo o percurso que decorre entre eles, e tem a capacidade de nos fazer prolongar além dos limites conhecidos.

Permitem-nos vivenciar a vidas nos seus diversos níveis, do riso ao choro, da dor à alegria, mas fundamentalmente permitem recentrarmo-nos, compreender a força do "Ess Muss Sein", este "tem de ser", aceitação não forçada, mas de decurso natural, como a doença, a morte, o sentir que fazemos parte de um todo e que cumprimos um papel que nos foi delegado. A arte leva-nos à solução através dos sentidos, é, pois, como tal, alimento do espírito, e um espírito saciado encontra sempre a solução, nem que seja a paz necessária para reconhecer a verdade do popular adágio, "o que tem solução se solucionará, e o que não tem solução, solucionado está".

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