A fase de instrução do processo que tem como principal arguido Rúben Oliveira ("Xuxas"), considerado o maior traficante português de droga, arrancou hoje com uma sessão que durou menos de uma hora e na qual alguns arguidos prestaram declarações.
Na sessão realizada no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, apenas compareceram alguns dos advogados dos arguidos perante o juiz Carlos Alexandre, sobre o qual pende um pedido de afastamento apresentado pela defesa de "Xuxas".
No entanto, fonte ligada ao processo disse à Lusa que por existirem presos preventivos no âmbito deste processo, o incidente de recusa do magistrado não tem efeitos suspensivos.
Carlos Melo Alves, um dos advogados de defesa hoje presentes no tribunal, revelou à saída que nesta primeira audiência - que não foi aberta à comunicação social - falaram apenas alguns dos arguidos e que as diligências continuam no próximo dia 21.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o grupo criminoso, liderado por Ruben Oliveira ("Xuxas"), tinha "ligações estreitas com as organizações criminosas Comando Vermelho, no Brasil, e Cartel de Medellin, na Colômbia", acrescentando que os arguidos recorriam a "sistemas encriptados tipicamente usados pelas maiores organizações criminosas mundiais ligadas ao tráfico de estupefacientes e ao crime violento" para as suas comunicações.
O processo, com 21 arguidos (18 pessoas e três empresas), sete dos quais em prisão preventiva, incluindo "Xuxas", e um outro em prisão domiciliária, incide sobre "uma rede criminosa com ramificações nos Portos de Setúbal, de Sines e de Leixões e no Aeroporto de Lisboa", com a droga (cocaína) a ser transportada do Brasil e da Colômbia, através de contentores marítimos ou em aviões.
Em causa estão crimes de tráfico de estupefacientes, de associação criminosa para o tráfico, de detenção de arma proibida e de branqueamento de capitais.
Mónica Rodrigues