O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Madeira (STRAMM) veio a público, através de nota de imprensa, denunciar o “desrespeito” e a “desvalorização constante” dos motoristas de pesados de passageiros na Região Autónoma da Madeira, apesar do papel essencial que desempenham na mobilidade, no funcionamento das cidades e na coesão territorial.

Num documento enviado à comunicação social, o sindicato sublinha que estes profissionais enfrentam “condições exigentes”, horários irregulares, longas jornadas e pressão para cumprir tempos de serviço, ao mesmo tempo que carregam uma “enorme responsabilidade pela segurança de dezenas de vidas” em cada viagem.

O STRAMM alerta também para a escassez de motoristas no setor, que agrava a carga de trabalho e gera “um ciclo de fadiga e stress” com impacto na qualidade do serviço prestado e na saúde dos trabalhadores.

Entre os problemas apontados está ainda o comportamento de alguns passageiros, com “incivilidades, falta de educação, agressões verbais e, em casos extremos, até físicas” a serem relatadas “com demasiada frequência”. O sindicato nota que muitos esquecem que, “para além da farda, há uma pessoa” que tenta cumprir horários, garantir a segurança e gerir conflitos a bordo.

De acordo com o STRAMM, este contexto tem consequências diretas na saúde mental e na motivação dos motoristas, algo que dizem ser visível no “número elevado de baixas” registadas.

O sindicato critica o facto de, apesar da importância da mobilidade, o investimento em melhores condições de trabalho, respeito e segurança nem sempre acompanhar essa centralidade, tanto no setor público como no privado. “Muitas vezes, o motorista é visto apenas como um ‘condutor’, ignorando-se o seu papel como agente de segurança”, refere o documento.

O STRAMM defende que valorizar estes profissionais “não é apenas uma questão de justiça”, mas uma condição para garantir um serviço público de qualidade, apontando como essenciais medidas como a melhoria das condições de trabalho, campanhas de sensibilização e a promoção de um ambiente de respeito mútuo.

“Os motoristas de pesados de passageiros merecem reconhecimento”, conclui o sindicato, sublinhando que são eles que “enfrentam o trânsito, as pressões e as adversidades diárias para que milhares de pessoas possam chegar ao destino em segurança” e apelando a que passem a ser vistos “como pilares essenciais da mobilidade”.