A Comissão Política do Partido da Terra (MPT) manifesta “o seu total apoio à recomendação do Governo da República para a proibição do uso de telemóveis nos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, sublinhando, no entanto, a necessidade de ir mais longe e erradicar a utilização de manuais escolares digitais”.
Em comunicado, o MPT salienta que “a crescente digitalização nas escolas não tem sido a solução para os problemas de aprendizagem. O simples fornecimento de tablets ou computadores aos alunos não resolve, por si só, as dificuldades estruturais do sistema educativo. É um erro pensar que a digitalização substitui a falta de recursos pedagógicos e de qualidade no ensino. Não é apenas “dar tablets” que os desafios educacionais se resolvem”.
No seu entender, “o uso de manuais digitais pode mesmo agravar a situação, ao afastar os alunos do contacto direto com os materiais de aprendizagem impressos, que são mais eficazes para a memorização e compreensão profunda das matérias. Além disso, a dependência de dispositivos tecnológicos introduz novas desigualdades, já que nem todas as famílias têm acesso a uma internet de qualidade ou a um ambiente de estudo adequado. Muitos alunos enfrentam dificuldades com estas tecnologias, o que apenas aprofunda o fosso educativo”.
“O Partido da Terra acredita que uma educação de qualidade deve focar-se nas necessidades reais dos alunos e não em modas tecnológicas. A erradicação dos manuais digitais, associada à proibição de telemóveis, traria um ambiente escolar mais focado, inclusivo e propício ao verdadeiro desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. As evidências mostram que o excesso de exposição a ecrãs prejudica a concentração e o bem-estar geral dos alunos, tornando imperativa a criação de um espaço de aprendizagem mais saudável.
Assim, apelamos ao Governo Regional da Madeira que acompanhe esta recomendação do Governo da República, proibindo também o uso de telemóveis nas escolas e reavaliando a utilização de manuais digitais, em favor de um sistema educativo mais justo e equilibrado, que valorize verdadeiramente o conhecimento e o sucesso académico”, conclui a nota.