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Está inaugurado o IDEIA - Investigação e Divulgação de Estudos e Informação sobre a Autonomia

JM-Madeira

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Data de publicação
19 Julho 2022
12:49

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, presidiu, na manhã desta terça-feira, à inauguração do IDEIA - Investigação e Divulgação de Estudos e Informação sobre a Autonomia, instalado no edifício anexo à sede do Parlamento madeirense, que é coordenado por Marcelino Castro.

A inauguração deu-se na presença de Miguel Albuquerque, Ireneu Barreto, e Jorge Carvalho, entre muitas outras individualidades civis e militares.

Na ocasião Miguel Albuquerque lamentou que para Lisboa "continuamos a ser ilhas adjacentes", lamentando o excessivo centralismo "do país mais centralista da Europa". O presidente do Governo Regional disse ainda que "a nossa autonomia desenvolveu-se à custa da Europa e não faz República", instigando os jovens a estarem preparados para o futuro. Já José Manuel Rodrigues explanou os propósitos deste novo espaço.
"Há um século, o madeirense Manuel Pestana Reis escrevia que no dia em que a Madeira tivesse a sua Autonomia isso seria um segundo descobrimento do arquipélago. Hoje, podemos dizer que a implantação da Autonomia, há 46 anos, foi, realmente, uma redescoberta das nossas ilhas, da nossa identidade, mas sobretudo um achamento do nosso futuro", historiou.
"Esse futuro que fomos construindo desde 1976 e que nos proporcionou um enorme salto qualitativo no desenvolvimento e no crescimento social das gentes da Madeira e do Porto Santo. Podemos orgulhar-nos deste percurso de quase meio século, em que assumimos os nossos próprios destinos e soubemos impulsionar uma nova fase da nossa História, com certeza uma das mais bonitas dos nossos seis séculos", relevou.
"Se muitos dos que aqui estão foram e são protagonistas da Autonomia, e merecem o nosso mais profundo reconhecimento, não podemos esquecer os que, desde o século XVIII e até ao 25 de Abril, foram sustentando e defendendo essa aspiração de serem os madeirenses a governarem as suas terras. Sem a sua luta, sem os seus fundamentos, não teria sido possível concretizar essa aspiração e inscrevê-la de forma marcante na Constituição de 1976".
"Faz hoje 46 anos que, na abertura do primeiro Parlamento da Madeira, o seu primeiro Presidente, Emanuel Rodrigues, declarou que a abertura do primeiro Órgão de Governo próprio da Região representava "um passo firme e decidido no caminho em direção à sonhada Autonomia, aquela Autonomia completa, real e efetiva, que os madeirenses tanto ambicionam, e que necessariamente acabarão por conseguir", disse, assegurando que "hoje, podemos dizer que o sonho se concretizou, mas também proclamamos que a Autonomia completa está por conquistar e que é para esse combate que todos os madeirenses estão convocados".
"A Autonomia não é uma questão de políticos, é uma obra e uma luta de um povo que quer emancipar-se, demonstrando que essa é a melhor forma de garantir a unidade nacional e é igualmente, como sempre lembrou o obreiro da Autonomia, Alberto João Jardim, a melhor maneira de construir Portugal no Atlântico.
A Autonomia justifica-se pela descontinuidade territorial, pela insularidade, pela ultraperiferia, mas fundamenta-se também na nossa identidade cultural, nessa idiossincrasia que fomos gerando e cultivando ao longo da História e que nos diferencia de outras regiões portuguesas e europeias.
A Autonomia não é uma questão do passado, um dado adquirido e irreversível; a Autonomia é um organismo vivo, que orienta o nosso presente e nos assegura o futuro", expressou José Manuel Rodrigues.
"A nossa luta por mais Autonomia está ancorada na nossa História, mas é importante que as nossas aspirações perante o poder central sejam fundamentadas na razão e no conhecimento. Para que isso aconteça, é necessário estudar, investigar, conhecer e divulgar os factos que sustentam a nossa pretensão de as Regiões Autónomas terem outros poderes constitucionais e de assegurar que o Estado não se demite das suas responsabilidades para com os portugueses das ilhas, como bastas vezes aconteceu na nossa História", frisou.
Para José Manuel Rodrigues, "não há Identidade sem Memória, e isto é verdadeiro para os indivíduos como para as sociedades. Investigar, Conhecer e Divulgar a Autonomia e a sua História é vital, e de todos os pontos de vista. Entre outras coisas, para olharmos com mais confiança o futuro. E isto pode e deve ser feito aqui, no Parlamento, fortaleza e sede do nosso regime autonómico. Com esta dimensão sociocultural, a nossa ação cultural como também, é certo, a nossa ação política, ficam mais robustas e substantivadas".
Assim sendo, "daí a importância que atribuo a este Centro de Estudos da Autonomia, coordenado pelo Dr. Marcelino de Castro, um madeirense que tem dedicado muito do seu tempo à nossa historiografia e ao sentir e ser madeirense. Daí este magnifico espaço ter a assinatura da Nini Andrade Silva, uma das nossas mais prestigiadas criativas, o que muito nos orgulha. Daí o Parlamento associar a sua imagem e espólio a grandes artistas madeirenses como Amândio Sousa, Ricardo Veloza, Teresa Gonçalves Lobo, Luís Paixão, Martim Velosa e Paulo David, o que muito nos honra. É sobretudo pela Cultura que se reforça a Identidade Regional, essa madeirensidade que se fez um Mundo".
Por tudo isto, "estou convicto de que a Região e os seus órgãos de Governo próprio colherão muitos frutos da semente que hoje plantamos neste espaço e que a Autonomia, essa IDEIA, que nos une e abraça, será assumida pelas gerações vindouras".

David Spranger

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