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Artigo de Opinião

Antropóloga / Investigadora

1/12/2025 08:00

Recentemente, ao fazer zapping na TV, deparei-me com uns desenhos animados que falavam sobre a ideologia de género na RTP2. A minha curiosidade falou mais alto que, instintivamente, parei de imediato no canal.

Tratava-se de umas crianças no parque, a jogar basquetebol. Entretanto, entra em cena uma outra que se chamava “Lucas”, mas que agora era a “Lúcia”. A personagem em questão esclarece que é “uma rapariga trans” e que tem um pénis. Quando questionada sobre o crescimento do bigode, a rapariga conta que toma hormonas que impedem o crescimento de pelos e que a voz fique grave. Explica ainda que questionou os pais: “Mamã, papá, as meninas podem ter pilinha?”, do qual respondem: “Claro, filha.”

Atenção, este vídeo não é uma comédia ou um drama. Faz parte de uma série de animação – titulada por Sex Symbols - onde abordam as várias mudanças físicas e a sexualidade na pré-adolescência.

Este episódio específico, foi feito com intenção pedagógica, de ensinar às crianças, aos meninos e às meninas que o sexo biológico é secundário, é subalterno e que pode ser trocado, com facilidade, com medicação, nomeadamente, hormonas.

Ora, as crianças são completamente vulneráveis e sensíveis. Convínhamos: uma coisa é um adulto, alguém crescido e vacinado, tomar decisões relativamente a cirurgias que pretende proceder no seu próprio corpo, de modo a alterar a sua fisiologia. Nada contra. Todos nós temos o livre arbítrio para fazer as nossas escolhas. Outra coisa, completamente diferente, é dizer a uma criança que de hoje para amanhã pode mudar de género se assim o entender, como se por magia, pudesse acordar e ter uma pilinha.

Para mim, enquanto mãe, é completamente absurdo incentivar a toma de bloqueadores hormonais a crianças, como indica neste vídeo. Podem chamar-me de retrógrada, antiquada ou até quadrada, mas isto é um “NÃO” assunto. Cresci na década de 90 a ver a o Dragon Ball ou o He-Man. Já na altura diziam que este tipo de animação era demasiado violento. Eu pergunto: e isto? É o quê?

Sejamos francos: todos nós sabemos que a puberdade é um processo biológico e todos passámos por ele. Este processo não é algo que se possa pôr em pausa, como se fosse um filme da Netflix. Nós não podemos colocar a puberdade em stand by até decidirmos para que lado queremos ir. As coisas não funcionam assim. Este processo biológico tem um percurso que leva a várias transformações físicas quer no homem como na mulher.

Neste vídeo estamos a dizer que as diferenças biológicas são completamente irrelevantes desde que façam uma cirurgia qualquer ou tomem hormonas.

Um ponto importante que é ainda de salientar: a RTP tem uma responsabilidade importante porque é a televisão do Estado e anda a encorajar este tipo de informações às crianças. Dizem que os influencers e o mundo digital são perigosos pois transmitem ideias erradas e que as crianças que não estão supervisionadas vêm de tudo nos seus smartphones e podem ser induzidas em erro sobre determinados assuntos. Então e este tipo de vídeos que são dirigidos expressamente às crianças na RTP? Não induz a uma informação errada?

Nós não estamos a falar de uma forma de ver a ciência que mudou nos últimos anos, nem estamos a ser mais progressistas ou modernos agindo desta forma!

Estamos apenas a educar os nossos, a acompanhar o seu crescimento o melhor possível. A mudança que agora parece inovação bloqueia aquilo que é apenas... natureza!

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