António Filipe, candidato à Presidência da República, reuniu-se esta manhã com a União dos Sindicatos da Madeira, em que o tema principal foi a realidade laboral da Região e os desafios enfrentados pelos trabalhadores madeirenses.
“Somos uma economia de salários baixos, o que é inaceitável. Esse problema é ainda mais grave na Madeira, onde o custo de vida é mais elevado”, afirmou, acrescentando também que as “situações de precariedade e repressão patronal” acentuam-se nas regiões insulares.
O comunista considera que o seu propósito representa “a candidatura do mundo do trabalho”, destacando que, enquanto professor sindicalizado, conhece de perto os problemas dos trabalhadores.
“Quero dar uma grande centralidade aos problemas laborais. O maior problema da economia e sociedade portuguesa são os baixos salários, e é urgente um aumento geral, não só do salário mínimo, mas de todos os salários, fazendo com que os jovens se queiram fixar garantindo condições dignas às famílias”, defendeu.
Relativamente à proposta do Governo de revisão da Lei Laboral, o candidato manifestou-se “frontalmente contra”, classificando-a como uma tentativa de “liberalizar os despedimentos” e “limitar o direito à greve e à liberdade sindical”.
“O Código do Trabalho já é hoje desfavorável aos trabalhadores, mas o que o Governo propõe é pior. Trata-se de um atentado grave ao direito ao trabalho e à estabilidade laboral”, afirmou.
O candidato anunciou ainda que estará presente na manifestação da CGTP, em Lisboa, no próximo dia 8 de novembro, num protesto contra as alterações propostas.
Questionado sobre o que faria caso já fosse Presidente da República, respondeu que “analisaria a constitucionalidade da lei e, se violasse a Constituição, enviaria para o Tribunal Constitucional. Mesmo que fosse constitucional, se considerasse negativa para os trabalhadores, não hesitaria em vetá-la politicamente.”
Concluiu afirmando que quer ser “o candidato dos trabalhadores e do mundo do trabalho”, defendendo que o Presidente da República deve estar “próximo dos problemas reais das pessoas” e não “pairar acima deles”.