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Artigo de Opinião

11/10/2022 08:00

Tivemos oportunidades mais que suficientes para conquistarmos três pontos, também é verdade, mas tal não foi possível, às vezes temos de agarrar no que temos e começar a trabalhar com isso. Começar a amealhar todos os pontos que conseguirmos de modo a terminar esta época da melhor maneira possível. Uma temporada que será marcada pela maior instabilidade que há memória nos tempos recentes - claro que não podemos esquecer-nos da vez em que tentaram acabar connosco, essa recordação tem de estar sempre presente na cabeça de todos nós.

Uma instabilidade criada por dentro e alimentada de fora. Em tempos escrevi nestas páginas, acho eu, que o maior problema era o afastamento de quem se importava com o clube e o constante mal trato. Está a fazer um ano em que os sócios mostraram que não iriam ser afastados e responderam de uma maneira estrondosa, retirando, sem medo e receio, o poder instalado há mais de duas décadas. Foi, digamos, uma revolução.

As revoluções à base da força têm sempre um problema, dá azo aos oportunistas e abutres que aproveitam-se quando o novo poder não está completamente estabelecido, são, como os terramotos, as réplicas que podem causar mais destruição que o próprio terramoto. É por entre as réplicas que navegamos atualmente, a tentar reerguermos do terramoto, mas com as réplicas sempre prontas a destruir o que tem sido reerguido.

Mas temos sorte, os pilares estão mais estabelecidos, mostramos que somos nós que temos a voz, somos nós, sócios, que dizemos que ninguém nos manda, que não precisamos de ‘mão amiga’, de perdões, de penitências, de favores. Somos nós que ultimamente defendemos o que realmente importa, as cores que o advento da República trouxe.

Mostramos que juntos damos a volta a tudo. Foi assim em 1997, em que o derradeiro poder supremo foi derrotado, foi assim em 2021.

A responsabilidade é e será sempre dos sócios, não de meia dúzia, mas sim dos milhares. Não será uma minoria que tenta repor o status quo do passado que conseguirá derrubar o que foi criado recentemente. E falo do empoderamento dos sócios, que sentem que têm alguma coisa a dizer no que se passa no clube, após anos de silenciamento e ameaças. O que não deixa de ser estranho é que nestes ‘movimentos de salvação’ vozes se levantem agora criticando quem os critica e passando pelo processo de vitimização - lembrando um pouco o que acontece com um ex-presidente americano por sinal um pouco laranja -, mas enquanto os sócios e adeptos eram jogados para bancadas de betão, proibidos de falar em locais próprios, mantiveram-se calados ou mais preocupados com outras associações.

Mas a alma não esquece, a alma nunca se esquece, e é com este ponto, com este mísero ponto, que a esperança renasce. Às vezes só esperamos por um sinal, como uma fé inabalável, e é este ponto que nos leva a acreditar.

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