MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

26/04/2022 08:00

O tempo, o que é? O que caracteriza o tempo? É um momento, uma junção deles? Será que tempo e momento são o mesmo? Existirá tempo sem espaço? Ou o momento ocupará o lugar do espaço e sem esse não existirá tempo?

Tudo questões que a minha cabeça anda por vezes a batalhar para arranjar maneira de simplificá-las e posteriormente responder. Algo que, até ao momento, ainda não consegui fazer. Voltemos, então ao tempo.

O tempo como unidade de medição são os sessenta segundos, ou podemos dizer os dois minutos, três no máximo, que o leitor levará a ler esta crónica. São as horas que passamos em frente do computador, agarrados ao telemóvel, os dias sentados no sofá, os meses deitados na cama, os anos que tentamos recuperar, os séculos que procuramos estender e os milénios que envergamos em compreender. Este é o tempo que acabamos por perder, o tempo que não recuperamos pois mal passe aquele segundo, ele já acabou. Dezanove horas e quarenta minutos do dia 24 de abril de 2022, não voltará a repetir-se, estes segundos que demorei a escrever não estarão mais presentes, serão apenas uma recordação de um momento.

O leitor já terá percebido que invariavelmente não conseguimos cingir o conceito de tempo à unidade de medida, pois a mesma, apesar de ser algo "palpável", terá sempre algo, digamos, metafísico por detrás, o suficiente para entrarmos na junção de tempo e momento.

O momento acabará por ser o que fazemos naquele tempo, será mais uma ação correlacionada com o tempo. Por vezes procuramos o momento certo, mas acabamos por perceber que o mesmo não existe, pois, para isso acontecer teremos de passar pelo tempo, e se nunca tomarmos a ação, nunca encontraremos o momento, pois estaremos sempre a passar o tempo e nunca chegaremos ao momento. Exemplificando, o leitor poderá esperar pelo momento certo para ler esta crónica, mas só saberá se for o momento certo quando começar a lê-la, até lá o momento certo poderá ser um minuto depois, ou antes, pois até tomar a ação de ler não está comprometido com o tempo, logo o momento nunca existirá.

A relação tempo e espaço é, provavelmente, das mais estudas a nível filosófico e físico. Será que conseguiremos romper a relação entre ambos e existirem de formas separadas, dando azo, assim, às tão queridas viagens no tempo? Mas será que quereríamos viajar no tempo, pois os momentos acabariam por se perder, ou seriam criados outros momentos?

Na realidade procuramos sempre é os momentos, o tempo por si só é um complemento, o espaço um cenário que fica vazio sem esses momentos. Mas por vezes temos de deixar o tempo, escolher os momentos, e quando isso acontece só temos tempo depois de agir, mas é complicado acertar no momento.

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