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Artigo de Opinião

Conselheiro das Comunidades - África do Sul

6/05/2022 08:00

A recente e asquerosa invasão da Ucrânia chamada de "Operações Especiais" patenteia bem o desígnio firme de Vladimir Putin, um sectário da pior estirpe, em querer restabelecer seja a que custo for a zona de influência e domínio russo, tendo dado como motivo para a invasão, a expansão da OTAN pelo leste da Europa, mas, a realidade, creio ser a facilidade com que reconheceu o declínio crónico do Ocidente debilitado por clivagens internas e rancores ideológicos, contemplou a eleição de Trump, o Brexit e ainda a humilhante, desonrosa e babélica retirada do EUA do Afeganistão, fatores que permitiram ao espúrio russo identificar a inegável depauperação ocidental. Pior ainda, é a revolta de Putin ao realizar não ter conseguido compreender as suas forças armadas, julgando que a ‘Operação Especial’ seria um ato de chegar, entrar, eliminar, tomar em horas ou poucos dias. Não foi isso. Foi muito diferente. Encontrou uma resistência forte e corajosa, inesperada, com um processo diferente de defesa que fez estagnar inicialmente o avanço das tropas russas algo similar com que aconteceu na Bósnia onde os jovens mal treinados e equipados, heroicamente, defenderam a sua capital por quase quatro anos. Podemos constatar que existe também uma determinação muito idêntica por parte dos ucranianos. Com a invasão e a escalada do conflito está desencadeada a maior crise de segurança na Europa desde a Guerra Fria, agravada, infelizmente, pela ação retardatária, sonolenta do secretário-geral da ONU que ampliou incertezas sem precedentes de segurança, o que requere atenção urgente de pacificadores. Após dois meses de guerra, existe um consenso global de momento sobre o facto de que o conflito se irá prolongar por mais tempo e que era espetável pela maioria gurus do ocidente. Considerando que conflito da Ucrânia se tornou o último ‘flash point’ das relações internacionais e de estereótipos diplomáticos e insinuações, é exigível uma diplomacia construtiva face a este conflito sendo premente o diálogo construtivo com uma abordagem equilibrada, objetiva e imparcial de modo a encontrar uma resolução diplomática sustentável para este conflito levando em conta os interesses dos países beligerantes. Para além da chocante e repulsiva crise humanitária na Ucrânia, a mesma arrastará consequências globais de cariz sócio económico.

O uso de sanções de modo a conter a Rússia, espoletará, a médio ou longo termo, uma crise económica na Federação Russa com consequências sócias económicas graves a nível mundial pois a economia russa está integrada na economia global. Indubitavelmente, a crise global que se avizinha aconselha compromissos e consultas a alto nível diplomático e também entre importantes intervenientes de estatura mundial.

O mais importante é encontrar e já, uma solução para este conflito inaceitável na Ucrânia. Todos muito preocupados, nada mais certo. Agora, interrogo se existirá o mesmo empenho e o mesmo nível de preocupação para encontrar uma solução pacífica para as 28 guerras ativas no continente africano, uma situação ignóbil, sem soluções diplomáticas à vista, longe mesmo de processos de pacificação o que é inadmissível para um continente com o número de conflitos mais duradouros em todo o planeta.

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