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Artigo de Opinião

29/03/2023 08:00

Eu na realidade gostava de ter saudades da minha casinha, sem ser a dos meus pais, mas ao que parece o preço de habitação na ilha querida aumentou 25% em 2022, coisa pouca. Quem me dera que as minhas poupanças tivessem aumentado 25%, mas tal não aconteceu, por causa da covid, da Guerra da Ucrânia, da inflação…

O governo central propôs umas medidinhas estranhas, para as casinhas, entre as quais arredamento forçado de casas devolutos, alguém diz que "configura uma restrição desproporcional de direitos, liberdades e garantias, nomeadamente o direito de propriedade", eu chorei ao ler isto, confesso que sim, quem me dera a mim ter a oportunidade de ter uma casa devoluta. Outra foi o fim dos afamados vistos gold, "o programa que tem trazido imensos residentes estrangeiros de altos níveis de rendimento à Madeira, com benefícios óbvios para a economia local e efeitos positivos diretos muito significativos em sectores como o imobiliário e a construção", ainda bem, digo eu, aguardo ansiosamente para ver inúmeras notícias sobre o investimento estrangeiro que tem sido feito na Região nos outros sectores, mas isso ainda deve de ser por causa da covid, Guerra da Ucrânia ou da inflação. Dou uma broa de mel a quem adivinhar quem foi a pessoa que teve tais declarações.

É de estranhar que agora o sector que o Governo Regional mais se preocupe seja o da construção, ou às tantas não, o até há pouco tempo vice-presidente, pelos vistos, foi administrador de uma empresa desse sector, pelo menos foi admitido por um dos donos (?, não sei se é a palavra mais correta) da Madeira, perdão, de uma empresa do sector numa comissão de inquérito sobre obras inventadas. Em relação a essa comissão foi a chamada perda de tempo, ou acham que as pessoas se iam autoincriminar?

Tivemos recentemente o presidente da Câmara Municipal do Funchal, o até há pouco tempo vice-presidente, garantir que o "Funchal é um concelho seguro", aliás é isso que toda a população sente, principalmente a de São Roque. Mas é tão seguro, tão seguro, que em setembro do ano passado ia a Lisboa falar com o Ministério da Administração Interna para solicitar o reforço dos agentes da PSP, que passado uns meses queria a GNR a patrulhar as ruas da cidade, mas ao menos o concelho é seguro.

Isto de por a casinha em ordem uma vez por mês é cansativo, mas lá tentamos, caro leitor perdoe-me o desabafo… a emissão regular prossegue dentro de momentos.

A minha casinha, não minha a dos meus pais, fica no concelho do Funchal. Confesso que fiquei bastante satisfeito quando vi o senhor presidente do mesmo referir a importância do prolongamento da Pontinha por causa de um eventual "tsunami". Ainda bem que vai ser prolongado de modo a tapar as bacias das ribeiras para o mar, ainda bem que nunca tivemos tragédias por causa do estreitamento das ribeiras.

Mas a terminar os trabalhadores da nossa transportadora aérea favorita, anunciaram um pré-aviso de greve, "felizmente não dependemos da TAP para o nosso turismo", disse o senhor da broa de mel para logo dizer que se vai "socorrer dos serviços mínimos", claro que esta coerência toda se deve às broas de mel.

As saudades que eu já tinha da minha pseudo-casinhas.

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