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Artigo de Opinião

18/09/2023 08:00

O Programa "+ Madeira na Europa", criado no mês passado, vem dar um passo muito importante nesse sentido, ao apoiar a frequência no curso de pós-graduação em Estudos Europeus no prestigiado Colégio da Europa. Esta medida segue-se à ativação da Representação da Madeira em Bruxelas - onde se espera que alguns dos bolseiros possam estagiar, também como trampolim para os serviços da Comissão Europeia -, o que demonstra visão, que urge enaltecer.

Resta agora esperar que esta medida seja aproveitada e que haja condições para a alargar, já que estamos claramente a falar de um investimento no futuro da Região.

Esta ação a nível regional, que se aplaude e incentiva, não deve, contudo, levar a que deixemos de olhar para aquilo que está a ser feito no plano nacional, de modo a garantir que beneficiaremos das medidas resultantes da Estratégia Nacional para as Carreiras, aprovada no final do ano transato, e que visa exatamente reforçar a presença de funcionários nacionais nas instituições europeias - um processo que urge acelerar, dado o quadro de alargamento em perspetiva.


Aposta na diplomacia

Nesta mesma linha, mas num outro plano, é igualmente importante incentivar os nossos jovens a enveredarem pela carreira diplomática, onde estamos claramente sub-representados. É uma carreira de difícil acesso, é verdade, mas de muito prestígio e relevância, sobretudo atendendo ao número de madeirenses e luso-descendentes espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Este processo exige sobretudo sensibilização, mas poderia ser facilitado se lhe fosse dada visibilidade, por exemplo - e porque não -, com a nomeação de um assessor diplomático (diplomata de carreira) na nova estrutura do Governo Regional, que poderia apoiar o fortalecimento de uma rede de contactos à escala mundial e inclusivamente na preparação de potenciais interessados em seguir a vida diplomática.


Jovens cientistas de Santana

Lucas Dória e José Vieira, alunos da Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral, de Santana, foram os vencedores do Prémio Bioeconomia 2022 no âmbito do Concurso Europeu para Jovens Cientistas, com um projeto que utiliza resíduos de pasta celulósica de bananeira para produzir biofiltros para remover poluição por microplásticos de águas contaminadas, um problema cada vez maior, com o qual estamos confrontados.

No início deste mês, e durante uma semana, tiveram oportunidade de dar a conhecer esse seu projeto junto de diversas instituições em Bruxelas, incluindo no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia. Fizeram-no também na REPER, onde foram recebidos pela Embaixadora Manuela Teixeira Pinto. Acompanhou-os a Professora Ângela Morais, orientadora do projeto.

Antes de mais, este é um exemplo inspirador para muitos outros jovens, mas não deixa de ser igualmente um fator de motivação para que continuemos a lutar para que as políticas europeias criem condições para que os nossos jovens tenham as mesmas oportunidades que têm os jovens que vivem no centro da Europa.

É também um sinal de que o nosso sistema educativo está a formar jovens capazes de singrar num mundo cada vez mais global e extremamente competitivo. Aqui chegados, o grande desafio será continuar a criar as condições para que estes talentos fiquem na Madeira, contribuindo para o nosso desenvolvimento. Mas esse é outro tema.

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