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Governo: Ventura acusa Montenegro de “empurrar partidos” para crise política

Data de publicação
11 Abril 2024
18:57

O Chega acusou hoje o primeiro-ministro de “empurrar os partidos” para uma crise política e desafiou Luís Montenegro a admitir, até sexta-feira, que a viabilização do Programa do Governo não significa um apoio para toda a legislatura.

André Ventura disse ver “com particular preocupação a estratégia que Luís Montenegro trouxe hoje ao parlamento de basicamente procurar encostar os partidos a dizer que quem não obstaculizar hoje o programa de Governo está no fundo a vincular-se para o cumprimento desta legislatura”.

“Luís Montenegro sabe que não é assim e Luís Montenegro sabe que, ao fazer e ao dizer isso, está a empurrar os partidos precisamente para a criação de uma crise política absolutamente desnecessária”, defendeu.

André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, enquanto decorria o debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional.

O Chega posicionou-se contra as moções de rejeição do Programa do Governo apresentadas por PCP e BE para “permitir que entre em funções e que possa, com o tempo, negociar, dialogar e chegar aos consensos necessários” para o Orçamento do Estado e para “fazer avançar o país” e “resolver problemas estruturais”.

“A estratégia de dizer que quem hoje não obstaculizar o programa do Governo está, no fundo, a dar uma carta branca para a legislatura e que quem vier depois dizer que quer diferente está em contradição com o que está a ser feito agora é uma de duas estratégias: ou absolutamente irresponsável, ao querer provocar desnecessariamente ou o Chega o PS na fase em que estamos, ou suicidário do ponto de vista político governativo”, defendeu.

André Ventura acusou o Governo de “falta de humildade”, e considerou tratar-se de uma “falta de responsabilidade tremenda, de uma provocação tremenda aos partidos”.

O presidente do Chega disse esperar que o primeiro-ministro encontre até sexta-feira à tarde “a forma, o modo, de transmitir aos portugueses” que “os partidos que não obstaculizem o programa de Governo não se tornarão apoiantes construtivos, consecutivos e consistentes” do executivo PSD/CDS-PP.

“Caso isso não aconteça, então o principal causador de instabilidade é mesmo o primeiro-ministro, porque num contexto parlamentar como este vem aqui dizer ou estão comigo ou estão absolutamente contra mim, e se estiverem comigo agora, estão comigo para sempre. Isto não é de um primeiro-ministro responsável, nem é de um primeiro-ministro com humildade, nem é de um primeiro-ministro que quer evitar impasses e quer evitar crises”, disse.

André Ventura foi questionado várias vezes sobre que consequências poderão existir caso Luís Montenegro não aceda a este desafio, mas nunca concretizou, dizendo não querer colocar esse cenário por acreditar que o chefe de Governo “vai ouvir”.

O líder do Chega recusou esclarecer também se poderá alterar o sentido de voto ou mesmo apresentar uma moção de censura ao Governo.

“Parece que o senhor primeiro-ministro veio hoje ao parlamento provocar deliberadamente uma crise política e não interessa a ninguém que nós amanhã à tarde saiamos daqui com uma crise política mais profunda do que aquela em que estamos”, afirmou.

O líder do Chega disse querer acreditar que Montenegro “é suficientemente inteligente para dar o sinal que o país precisa”, caso contrário, será uma “provocação absolutamente desnecessária”.

Ventura rejeitou também estar a ameaçar o Governo e apontou que é “uma constatação de que em democracia quando não há maiorias, negoceia-se, cede-se e apresentam-se propostas alternativas”.

O presidente do Chega disse que o seu partido decidiu votar contra as moções de rejeição ao programa do Governo porque “não se deve rejeitar um governo sem ter um governo para apresentar”.

“Ao não viabilizar as moções de rejeição, sejam elas quais forem, o Chega a única coisa que está a transmitir ao senhor primeiro-ministro e ao país é que não quer criar uma situação de bloqueio às instituições e que não quer criar uma situação de bloqueio à ação governativa, com responsabilidade”, sustentou.

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