É preocupante a crise de segurança que se regista na Cidade do Cabo, onde recentemente se registaram 30 homicídios que reflete uma crise de segurança, na medida em que diversas comunidades lutam para lidar com o aumento significativo da violência, baseada no género e outros crimes, como é exemplo a proliferação de armas de fogo ilegais.
A Organização Nacional Cívica da África do Sul (sigla em inglês SANCO) já afirmou que os números revelam uma província onde o medo se tornou uma realidade violenta e que estes índices traduzem uma catástrofe humanitária.
As crianças crescem reconhecendo o som dos disparos enquanto as mulheres são caçadas por predadores, já que o sistema que deveria protegê-las, está disfuncional.
O número alarmante e inaceitável de mulheres assassinadas dentro de táxis, agredidas em suas casas, estrupadas a caminho ou no regresso do trabalho a casa, são aterrorizadores, especialmente nos locais onde o policiamento é manifestamente escasso ou não existente.
Consta em relatórios parlamentares que armas de fogo ilegais contribuem para o aumento da violência. Neste âmbito, 193 armas de fogo, incluindo AK-47s, rastreadas até à Namíbia, foram recuperadas em locais de crimes na Província do Cabo Ocidental.
A SANCO alerta que as autoestradas nacionais N1e N2 e a estrada R60, as rotas costeiras e as redes de contrabando ligadas à fronteira, transformaram a província num “centro de importação de armas”, fornecendo armamentos para gangues, redes de extorsão e de crime organizado.
É deplorável a triste realidade de que as mulheres continuem a morrer em silêncio e que as crianças cresçam em autênticas zonas de guerra.
Há que levantar a voz e desafiar o silêncio daqueles que detêm o poder e ignoram esta calamidade, votando os cidadãos ao abandono.