Na abertura do ‘Parlamento na Comunidade’, a presidente da Assembleia Legislativa da Madeira traçou o retrato da evolução da autonomia regional, focando o papel de todos os concelhos, dos madeirenses de cada freguesia.
“A Autonomia não nasceu do acaso. Foi fruto da vontade firme de um povo que, no rescaldo do 25 de Abril, soube reclamar o direito de decidir sobre o seu destino. A Constituição de 1976 reconheceu a singularidade da Madeira e dos Açores, e a criação das Regiões Autónomas abriu portas a uma nova era de desenvolvimento.
Nestes quase cinco decénios, a Autonomia foi o motor transformador da Madeira. Graças a ela, alcançámos progressos notáveis nas infraestruturas, na saúde, na educação, na mobilidade, na proteção social e na qualidade de vida dos cidadãos”, afirmou, lembrando “estradas, portos, aeroportos, hospitais e escolas foram erguidos com base em decisões tomadas por madeirenses, para os madeirenses”.
“Mas, mais do que obras materiais, a Autonomia trouxe-nos dignidade política e confiança coletiva”, bem como o desenvolvimento social e económico.
“É por isso que esta comemoração dos 50 anos da Autonomia não é apenas uma evocação histórica. É, sobretudo, um exercício de consciência cívica e de valorização daquilo que conseguimos juntos. A Autonomia não pertence a um partido nem a uma geração. A Autonomia é de todos. É o maior património político do povo da Madeira e do Porto Santo”.
A presidente do principal órgão de soberania da Região sustentou ainda que “Hoje, mais do que nunca, é importante valorizar a literacia política e democrática. Vivemos tempos em que o distanciamento entre cidadãos e instituições pode fragilizar a confiança na democracia. Projetos como este querem mostrar que o Parlamento é a casa de todos, que a política deve ser entendida como um serviço público e que a participação de cada cidadão é essencial para o fortalecimento da vida democrática. É aqui que os jovens têm um papel fundamental.”, acrescentou, elogiando a presença de estudantes do concelho no evento.
“Ao estarem connosco nestas sessões, os estudantes compreendem melhor o funcionamento da Assembleia, os debates que travamos, as leis que aprovamos e o impacto concreto das decisões políticas no seu dia-a-dia.
Educar para a cidadania é também preparar as novas gerações para continuarem a construir a Autonomia, com responsabilidade, com liberdade e com visão”.