José Manuel Rodrigues, secretário regional da Economia, pronunciou-se já na manhã desta quinta-feira, acerca da greve geral que vai decorrendo.

O governante lamenta este extremar de posições e acredita que o pacote laboral possa sofrer reajustes que o tronem mais de acordo de todas as partes. Relativamente aos serviços que tutela, não encontra grandes entraves ao desenvolvimento dessas atividades.

“Na área económica, tutelada pela minha secretaria, não há grande relevância em termos da greve, aqui no que se refere à Região Autónoma da Madeira. A cadeia de abastecimento, nomeadamente de transportes marítimos está plenamente assegurada, assim como a operacionalização do próprio porto do Funchal”, disse.

Numa análise mais aprofundada, releva que “obviamente que a minha opinião sobre esta greve é que ela não deveria ter existido porque deveria ter existido capacidade de diálogo do Governo [da República] com as centrais sindicais e das centrais sindicais com o Governo”.

José Manuel Rodrigues frisa que de facto “há uma absoluta necessidade de modernizar o Código Laboral, até para responder às novas formas de trabalho existentes, ao desafio da inteligência artificial, à modernização tecnológica das empresas”, exaltando que “não podemos ter um Código de Trabalho de há 25 anos para uma economia de 2025”.

Mas, ressalva, “em algumas matérias também reconheço que os próprios sindicatos têm razão e os próprios trabalhadores em relação àquilo que o Governo pretende, que acho que vai longe de mais e capaz, em alguns casos, de ferir direitos dos trabalhadores”.

Em outros casos, “o Governo tem razão e, portanto, era preciso negociar designadamente com a UGT, porque nós sabemos que a CGTP está sempre contra qualquer alteração às leis de trabalho. Mas com a UGT acho que é preciso, agora depois desta greve geral, um grande esforço de negociação para chegar a um acordo que possa concertar posições, e que seja bom para as empresas, para os trabalhadores e, sobretudo, para o desenvolvimento económico da Região e do País.

Palavas estas de José Manuel Rodrigues ao JM, à margem da sessão de abertura da Digital Health Summit, uma cimeira dedicada à inovação, tecnologia e saúde que decorre no auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, no Colégio dos Jesuítas, na Rua dos Ferreiros, no Funchal.