André Ventura. É ele quem manda no PS Madeira e no JPP.
A 6 de novembro, André Ventura, desde Lisboa, exigiu aos deputados do Chega, na Assembleia Legislativa da Madeira, que apresentassem uma Moção de censura ao Governo Regional.
Os deputados fizeram a sua parte contra a sua própria vontade, sendo que isto não é o mais grave. O mais caricato foi ver dois partidos “madeirenses” fazerem um show político para adiar, durante alguns dias, a sua decisão de acompanhar esta moção para, afinal, decidirem apoiar o presidente do Chega nacional.
É importante não esquecer que o Partido Socialista da Madeira e o JPP podiam ter apresentado a sua Moção de censura e não o fizeram.
O PS abdicou de a apresentar e preferiu subjugar-se e ajoelhar-se perante o poder de Lisboa e ao todo-poderoso Ventura, apoiando uma moção de censura que diz mal de tudo e de todos, incluindo do próprio Partido Socialista.
O líder do PS Madeira, que já é conhecido por ser alguém de pouca coragem, de pouco carácter e de muita submissão a Lisboa, decidiu chegar-se à frente - e gritar bem alto - que acompanhará a Moção de censura subscrita por um partido de quem, há 180 dias, estava separado por linhas vermelhas.
Já sabemos quanto vale a palavra de alguém que jurou lealdade ao Funchal e fugiu, para logo, assumir um mandato de deputado que, depois, também abandonou. Alguém que se comprometeu a voltar à escola e, semanas depois, entrava num avião para dar voltas ao mundo e não resolver nada.
Agora, o PS Madeira, pela mão desta liderança, caminha de mãos dadas com André Ventura. Esse que, eles mesmos, juravam combater!
Confesso que foram mais longe do que alguma vez pensei. Não querem nada com Miguel Castro que, pelo menos, é madeirense, preferindo, sim, um senhor de Lisboa, sobre quem, até Pedro Nuno Santos já disse “que não podia ser levado a sério”.
Entre contestações e turbulências internas, os socialistas decidiram acompanhar André nesta (a)Ventura de querer mandar nos madeirenses, desde o Largo do Rato.
Por outro lado, temos o Juntos Pelo Povo que também podia ter apresentado uma moção de censura, mas que sempre sonhou com a agenda do Chega.
Depois de movimento, passou de ser um partido autonomista para um partido do protesto, conseguindo, desta vez, cumprir a sua fantasia há muito adiada: ter um líder nacional a quem se agachar.
Sabemos que já era muito pouco ser o partido dos “papelinhos”. Já não chegava! Faltava-lhes qualquer coisa... Pensaram e pensaram até que apareceu o seu Messias do continente com a moção de censura.
Logo que foi anunciada esta moção, o JPP decidiu refletir, reunir a comissão nacional, a comissão política regional, a comissão política de Santa Cruz, o clube de amigos do principado Sousa de Gaula, os militantes, os amigos dos militantes, a comissão da subcomissão dos familiares dos militantes, tudo isto às escondidas para tomar uma decisão de que já toda a gente suspeitava: acompanhar a moção de André Ventura.
Se calhar, até festejaram com uma espetada, como costumam fazer quando recebem líderes nacionais de outros partidos.
O povo não vai esquecer que esta moção de censura tem rostos, tem protagonistas, tem um pai de Lisboa e vários filhos, não reconhecidos, que clamam por um pai que só apareceu para mandar e que nunca fez nada por eles.
É nestes momentos que podemos diferenciar os Autonomistas dos Centralistas, os que verdadeiramente amam a nossa Madeira daqueles que só esperam a desgraça para fazer política, faltando à sua palavra todos os dias.
Quem manda no PS/M e no JPP é André Ventura.