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Artigo de Opinião

Deputado

21/12/2024 08:00

Vivemos esta semana um momento que marcará a História Política da Madeira: uma moção de Censura que derrubou um Governo, originada por uma profunda crise de credibilidade e instabilidade permanente que tem dois culpados: Miguel Albuquerque e o seu PSD.

Em meio século de Autonomia, Miguel Albuquerque figurará para sempre como o primeiro presidente de um Governo Regional a ser destituído pela Casa da Democracia, após ter liderado o Governo (quiçá a nível mundial) com mais arguidos em funções, manchado por suspeitas de crimes graves de corrupção que atravessam mais de metade do Governo e tem no seu líder o principal arguido.

Por muito que usem a mentira e a hipocrisia em tentar culpar a oposição pela instabilidade política, a verdade é que o caos foi montado com a chegada dos aviões da força aérea que trouxeram dezenas de inspetores da Polícia Judiciária. E todos sabem a que portas esses inspetores bateram. Não nos atirem areia aos olhos.

Essas duas grandes operações judiciais, que envergonharam a Madeira, vieram investigar o Governo, o PSD e aqueles que lhes são próximos, levantando suspeitas graves de criminalidade económica e financeira. Suspeitas de crimes que minam a credibilidade e a confiança nas instituições regionais, desde corrupção ativa e passiva, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, tráfico de influência, participação económica em negócio, abuso de poder e atentado contra o Estado de direito.

E depois de se ter tentado vitimizar acusando a oposição de tudo e de mais alguma coisa, tentando “sacudir a água do capote” perante estas graves acusações, o Governo optou por um discurso de desvalorização... de que estas suspeitas eram infundadas e meras invenções de Lisboa, quando o próprio Ministério Público suportou as suas alegações em diversas provas recolhidas, incluindo inúmeras escutas telefónicas. Uma vez mais, tentaram atirar-nos areia aos olhos.

Por fim, num triste espetáculo de propaganda e de tentativa de incutir o medo, Albuquerque tenta uma cartada final de desespero: todos os dias amedronta os madeirenses dizendo que a Região irá parar com a queda do seu Governo.

Mentira descarada e suportada pelo PSD, pelo CDS e por alguma imprensa amarrada e cúmplice, que continua a não explicar aos madeirenses como é que funcionam os regimes de duodécimos.

Infelizmente para muitos, é conveniente desinformar a população e multiplicar as mentiras de alguns governantes, para tentarem garantir um voto aqui outro acolá.

Quando sabemos perfeitamente, e vários especialistas já o disseram, que o chumbo do Orçamento não implica a paralisação da Região, nem compromete a execução de fundos europeus, uma vez que as verbas provenientes do PRR ficam fora do regime de duodécimos. Os vencimentos também não serão cortados, ao contrário do que está a ser deliberadamente espalhado. Tentam mentir para espalhar o medo.

A governação não parará, a menos que o próprio Governo a decida sabotar e deixe de cumprir com aquelas que são as suas obrigações. E se não quer cumprir com o que lhe compete, mais uma razão para o colocarmos na rua. A Moção de Censura cumpriu a democracia, falta a população correr com Miguel Albuquerque.

O que não podemos aceitar é que se mantenham em funções governantes que são suspeitos de utilizar o dinheiro do povo para alimentar esquemas de corrupção, financiamento ilegal do PSD e de algumas empresas privadas (e todos sabemos de quem são essas empresas). O dinheiro dos impostos é sagrado e deve ser utilizado para melhor o nível de vida da população, na construção do Novo Hospital e de outras unidades de saúde, construção de habitações económicas, melhoria das pensões dos idosos, aumento do poder de compra. Para criar um verdadeiro modelo de desenvolvimento económico, social e cultural.

Mas neste carrocel de instabilidade, Miguel Albuquerque e o PSD/CDS gabavam-se de terem a maior receita fiscal de sempre e os melhores resultados económicos do país, mas nunca tiveram a humildade e lucidez suficientes para resolver os problemas reais das famílias, dos jovens e idosos. E por isso perderam a credibilidade e a confiança.

O futuro é de esperança e confiança. Na entrada para mais um ano, desejo-vos que o Ano Novo traga a coragem de querermos uma sociedade mais vigilante, que exija uma postura governativa responsável, ativa e dedicada para juntos darmos respostas às nossas necessidades.

Boas festas!

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