Estas Eleições, que à partida deviam ter sido adiadas, atendendo ao cenário de plena pandemia em que foram realizadas - qualquer leigo percebe que as razões para este adiamento eram mais que muitas e suficientes - tiveram o desfecho que já era previsível, mas deixam, todavia, antever novas leituras, diretamente relacionadas com a derrota estrondosa da esquerda em Portugal.

Sim, foi uma derrota estrondosa e inequívoca da esquerda!

Mas não deixa de ter piada que essa esquerda, na Região, festejou como se não houvesse amanhã, numa festa rija onde fizeram questão de lembrar o apoio ao candidato vencedor. Mas qual apoio?!

O PPD/PSD/M é de facto o único que pode dizer que seu candidato venceu estas Eleições!

O PS/M - os tais que festejaram e que se autointitularam vencedores de coisa nenhuma - foi uma trapalhada, entre a Ana Gomes e o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, numa confusão dentro do mesmo partido que foi bonita de se ver e digna de registo!

Os que apoiaram o professor Marcelo Rebelo de Sousa cantaram vitória, os que apoiaram Ana Gomes também festejaram e vangloriaram-se, pois, ficou a frente do Chega! É isto a política que temos, de gente sem caráter e sem verticalidade, que tanto vai para este lado ou para o outro - ou para os dois ao mesmo tempo - conforme dá mais jeito, sem darem sequer conta de que, do lado de fora, está quem assista a este circo que não é muito diferente de outras eleições.

E isto porque, na verdade, perdem há 40 anos e tratam sempre de manipular as Eleições como se saíssem vencedores. A trapalhada do costume!

Mas destas Eleições retiro, ainda assim, algo que pode mudar a maneira de fazer política.

O Professor Marcelo Rebelo de Sousa tem uma vitória esclarecedora e sem contestação. Fez um mandato diferente e muito mais próximo à população, em circunstâncias totalmente diferentes daquelas que já foram vividas no nosso País. Foi uma presença assídua, empenhou-se na resolução dos problemas de Portugal e mesmo que caindo no exagero criticável de segurar a mão de Costa, foi sem dúvida a única pessoa que ainda equilibrou o total desnorte em que há muito mergulhou o Governo da República! Podia ter feito mais, pela Madeira? Espera-se que faça, muito mais, neste novo mandato que agora tem pela frente.

Mas a realidade é que ganha as eleições sem um único cartaz, sem um único flyer de propaganda política e sem nenhum merchandising.

Foi apenas ele e as suas aparições! Ora, se o Professor Marcelo Rebelo de Sousa tem uma vitória tão contundente sem fazer a típica campanha eleitoral, é sinal que é fundamental apostar mais no essencial e olhar para o acessório como complemento.

O mesmo é dizer que não se ganha eleições por ter mais cartazes ou por ter mais propaganda política - ao contrário do que a nossa oposição tanto apregoa e onde gasta tanto dinheiro - mas, sim, por estar junto do povo e por trabalhar afincadamente em nome da população, especialmente em nome dos que mais precisam.

Haverá muito a refletir sobre este assunto e também muito a aprender, tirando as devidas ilações para as Eleições Autárquicas que estão próximas e que, também neste cenário pandémico, exigirão novas soluções e uma enorme capacidade de fazer-nos estar presentes ao lado do nosso povo, mesmo que em sentido figurado, sem nunca colocar em causa a defesa da nossa saúde coletiva.

Haverá muito a pensar, mas uma coisa é certa: é o trabalho que faz toda a diferença.

E já agora, Professor Marcelo Rebelo de Sousa...depois de reeleito para mais um mandato enquanto Presidente de todos os Portugueses, peço-lhe que não olhe só para o retângulo, pois as duas Regiões Autónomas que integram - sim, integram - o todo nacional, precisam muito da sua ajuda, até porque à espera do Governo da República não teremos qualquer sucesso.