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Artigo de Opinião

Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira

28/09/2023 08:00

O saber é um bem precioso para a humanidade. Ele permitiu-nos evoluir, enfrentar desafios e criar soluções inovadoras para problemas complexos. Vivemos num mundo em constante mutação, a capacidade de aprender e adaptar-se é mais crucial do que nunca.

O Dia Internacional do Saber é uma oportunidade para refletir sobre as conquistas educativas do país, mas também sobre os desafios que se apresentam à nossa frente. Como preparar as gerações futuras para um mundo cada vez mais digital? Como desenvolver a criatividade e o pensamento crítico num ambiente educacional?

A resposta passa por um compromisso renovado com a educação, o que implica um maior investimento em professores, em infraestruturas educativas e em programas inovadores. É essencial pensarmos também na promoção da educação ao longo da vida, pois, nunca paramos de aprender e, acima de tudo, nunca sabemos tudo, há sempre espaço para mais, a atualização constante dos conhecimentos é fundamental.

Além disso, num mundo globalizado, é fundamental que a educação promova o entendimento intercultural e ensine valores de respeito, solidariedade e cooperação. O conhecimento não deve ser apenas uma ferramenta para o desenvolvimento individual, mas também uma força para o bem comum.

Ao falarmos em saber, falamos de informação e de liberdade de acesso à informação, frequentemente citada como um dos pilares fundamentais da democracia. O acesso à informação e a capacidade de disseminá-la livremente é intrínseco ao funcionamento saudável de qualquer sociedade que se pretenda aberta e democrática.

O acesso livre à informação permite que os cidadãos tomem decisões informadas, livres e esclarecidas seja na escolha de representantes políticos, seja na opinião sobre políticas públicas, entre outros aspetos. Uma população informada é uma população capacitada.

Uma sociedade onde a informação circula livremente é uma sociedade onde o debate público floresce, onde diferentes perspetivas e opiniões podem ser discutidas, desafiadas e reformuladas. Este tipo de debate enriquece a sociedade, alimenta a inovação e ajuda a formar consensos ou a identificar áreas de compromisso.

Restrições à liberdade de informação são frequentemente um dos primeiros passos de regimes autoritários, pois, através do controlo de narrativa e a restrição de acesso à informação, os governos autoritários limitam a capacidade de oposição e de crítica dos cidadãos. Portanto, proteger a liberdade de informação é também uma defesa contra a erosão democrática.

Em Portugal, assim como em muitos outros países, a luta pela liberdade de informação tem sido uma preocupação contínua. Os desafios modernos, como a disseminação das chamadas fake news ou a polarização nas redes sociais, mostram que a questão não se prende apenas com a garantia de acesso à informação, mas também com a garantia da qualidade e da veracidade da informação disponibilizada.

A liberdade de informação não é apenas um direito, mas uma necessidade para sociedades que valorizam a liberdade, a justiça e a democracia. Protegê-la e promovê-la é um dever de todos os cidadãos.

Portanto, o Dia Internacional do Saber é mais do que uma simples data no calendário. É um chamado à ação, um lembrete de que o saber é uma ponte para um futuro melhor. Que, em Portugal e em todo o mundo, possamos abraçar a missão de cultivar a mente e o espírito das gerações presentes e futuras.

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