A bandeira do arco-íris hasteada permanentemente na estação de Neubrandenburg, no leste da Alemanha, foi substituída por desconhecidos por uma bandeira com uma suástica, um ato de "glorificação" da ideologia nazi hoje contestado pelas autoridades da cidade.
A polícia, avisada na manhã de hoje por uma pessoa que passava pelo local, apreendeu a bandeira e convocou testemunhas para identificar os autores do crime.
A bandeira do arco-íris, que evoca a paz e a diversidade de género, já havia sido roubada várias vezes da estação desta cidade de mais de 60.000 habitantes - que fazia parte da antiga Alemanha comunista -, localizada ao norte de Berlim.
Entretanto, a substituição da bandeira do arco-íris por uma bandeira com a suástica representa uma escalada, alertam as autoridades.
"Com a exibição pública de símbolos e sinais da extrema-direita, é alcançada uma nova dimensão na glorificação da ideologia desumana do nacional-socialismo", lamentaram as autoridades da cidade num comunicado.
"Não é uma chacota e nem uma brincadeira de jovens", referiu a nota, sublinhando que os autores devem ser identificados e punidos pelas autoridades "com toda a severidade exigida pela lei".
Foi aberta uma investigação pelo uso de símbolos inconstitucionais, crime punível com até três anos de prisão.
A lei alemã proíbe estritamente a utilização de frases da era nazi ou a exibição pública de suásticas ou outros símbolos do Terceiro Reich.
O incidente teve lugar numa altura em que o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), em alta nas pesquisas de intenção de voto, iniciou a preparação da sua lista para as eleições europeias de 2024, elegendo as políticas migratórias europeias como alvo.
Cerca de 600 delegados da extrema-direita, por entre protestos da sociedade civil, retomaram hoje o seu congresso e lançaram o processo de seleção de candidatos ao Parlamento Europeu, que deverá terminar no próximo fim de semana.
A União Europeia (UE) é "profundamente antidemocrática" e não conseguiu conter as migrações, denunciou a co-líder da formação alemã AfD, Alice Weidel, num discurso em Magdeburgo, onde o partido iniciou na sexta-feira o seu congresso federal, segundo a agência de notícias EFE.
LUSA