Há investidores que já aplicaram o dinheiro e estão à espera há um ano. Região está preocupada com impacto internacional destes atrasos.
Há cerca de 30 milhões de euros de investimento feito, com origem na Madeira, em ‘stand by’ por causa de sistema de vistos do SEF. Alguns dos processos no âmbito dos ‘vistos gold’ duram já há um ano.
"São muitos milhões de investimento direto já feito e não há qualquer tipo de resposta. Os investidores continuam há meses e meses a aguardar que o SEF se digne enviar algum tipo de resposta para avançar com o processo", declara Tânia Castro.
A presidente da Mesa do Centro Internacional de Negócios (CINM) da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) e diretora da empresa TPMC explica que, mesmo sendo a Madeira a origem do investimento, o processo é encaminhado para a plataforma nacional, podendo ir parar aleatoriamente a qualquer gabinete do SEF no País.
No caso, os processos parados dizem respeito ao regime de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), mas o SEF tem sido alvo de críticas nacionais também por causa do agendamento de autorizações de residência para trabalho.
"O sistema não funciona, não consegue dar resposta. O investimento é feito - e estamos a falar num mínimo de 500 mil euros - e nós temos de fazer uma série de formalidades documentais e enviar para o SEF. Chega lá e para", vinca Tânia Castro.
Enquanto porta-voz da ACIF e diretora de uma empresa que trabalha diretamente com investidores internacionais, Tânia Castro teme as repercussões desta demora na imagem internacional da Madeira, que beneficiou, tal como o interior do País e os Açores, da limitação na concessão dos ‘vistos gold’.
"Para a Madeira, seria uma vantagem abismal, pois seria um dos principais mercados a partir de janeiro, mas se o sistema não funciona como é que fazemos promoção? E há ainda a concorrência de outros países que não têm estes problemas", conclui Tânia Castro.
Por Patrícia Gaspar