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'O Infinito Estrangeiro' sobe ao palco na Calheta

JM-Madeira

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Data de publicação
24 Maio 2023
8:41

A Oficina de Ideias das Terras do Oeste - Associação Cultural, em coprodução com o Teatro Municipal Baltazar Dias, vai apresentar o espectáculo teatral "O infinito estrangeiro", projeto financiado pela DGARTES e pelo Município do Funchal, no MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, na Calheta, nos dias 26 e 27 de maio, pelas 21h, e no dia 28 de maio, pelas 17h.

O bilhetes têm o valor de 5€ e podem ser reservados através dos contactos 291 820 900 e mudas@madeira.gov.pt. Trata-se do regresso do espectáculo aos palcos regionais, depois de ter sido apresentado na ilha Terceira, Açores, entre 5 e 7 de maio, logo após a estreia no Funchal a 26 de abril. Depois da Calheta, o espectáculo viaja até Coimbra para uma temporada de 1 a 3 de Junho, no Teatro de Bolso do TEUC - Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.

O INFINITO ESTRANGEIRO

O Teatro é, convencionamos, o lugar do Eu e do Outro. O lugar em que o Outro mostra o seu rosto diante do Eu. O lugar em que o Eu se revela no e pelo Outro. É um lugar de identificação enquanto comunicação e, simultaneamente, um lugar-abismo, porque "o inferno são os outros". Este totalitarismo do Eu, tão exacerbado no mundo contemporâneo, está na raiz deste conceito dramatúrgico que pretende provocar a reflexão.

Uma reflexão que se quer fazer brotar a partir de uma narrativa de ações simples e concretas, absolutamente quotidianas e humanas, não transcendentes, porque a finitude é a maior propriedade do Eu e, simultaneamente, o maior atributo do Outro. Se o estrangeiro é o Outro, o fora de mim, fora da norma e da tradição, o indiferente às minhas convenções (não necessariamente convicções), será o Eu diferente para ele? Num tempo diabolizado e totalitário, dividido entre os de bem e os outros, assim pornograficamente explícito nas redes e nas ruas, com respaldo político, inclusive!, que espaço sobra para o Humanismo, aquele que se manifesta pelo infinito desconhecido? Num turbilhão de juízos rápidos sobre culpa e inocência, haverá lugar para o Eu não vitimizado e descrente na Existência, esse fabuloso e tão absurdo castelo de areia? Pode o Teatro, finito a cada dia, ser lugar de encontro?

Uma personagem, de peito aberto e fazendo o depoimento sobre as vicissitudes da sua existência não comprometida e indiferente ao julgamento alheio, apresenta-se como um Outro-Estrangeiro aos olhos do Eu-Mesmo, cavando um fosso onde, porventura, depositará a sua natureza visceralmente corpórea. Sem advogado que o defenda e que o iniba na sua subjetividade, sem fé que o ampare e que o iluda quanto à sua própria finitude, colocando-se perante o juízo dos seus interlocutores. Dentro de uma caixa de areia, onde cada grão é um Eu-Mesmo entre tantos outros milhões, como se o espelho de uma Humanidade em permanente erosão e cujas edificações não passam de castelos à beira-mar.

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