Este mês, tive oportunidade de participar no X Encontro de Voluntários da RAM, a moderar o painel “Voluntariado Juvenil”.

Esta iniciativa foi dinamizada por ocasião do Dia Internacional do Voluntário, pela Associação Casa do Voluntário, em parceria com a Garouta do Calhau, Cruz Vermelha Portuguesa, Núcleo Regional da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Irmãs Hospitaleiras - Casa de Saúde Câmara Pestana e a Causa Social, instituições cujo trabalho aproveito para voltar a enaltecer e agradecer.

Esta moderação permitiu-me conhecer projetos escolares de enorme relevância social, que gostaria de destacar. Falo-vos do Clube Viver a Vida, do Banco dos Afetos e do Clube Cluny.

O Clube Viver a Vida é um projeto da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento Gouveia com 21 anos e que, através do desenvolvimento de atividades com instituições como a CASA - Centro de Apoio às Pessoas em Situação de Sem Abrigo ou a Casa de Saúde São João de Deus, por exemplo, promove a educação para a cidadania e competências socio emocionais na comunidade educativa.

O Banco dos Afetos é promovido na Escola Secundária de Francisco Franco e, na sua atuação externa, está ligado a entidades como o Centro da Mãe, a Presença Feminina, a SPAD ou o Patronato de São Filipe.

No que diz respeito ao Clube Cluny, trata-se de um projeto da Escola Superior de Enfermagem São José de Cluny, desenvolvido sob a premissa de desenvolvimento integral dos estudantes enquanto Gente que cuida de Gente, em articulação com diversas entidades, como a UCAD, clubes desportivos ou a Cáritas.

Estes projetos, que no evento tivemos oportunidade de conhecer, têm como grandes protagonistas muitos alunos, cujos testemunhos ouvimos.

Aquilo que cada um transmitiu foi uma pequena ilustração do muito que em cada uma das escolas se faz e muito mais do que a materialização prática de boas intenções. O que ouvimos da voz dos alunos, e das professoras que os acompanhavam, foi a execução da cidadania e da responsabilidade social que almejamos numa sociedade evoluída e empática.

Num mundo cada vez mais frenético, mais individualista, mais virado para a robotização das emoções, o desafio acaba por ser saber parar e olhar o outro. Ver para além de nós. Ver para além dos nossos mundos, das nossas vontades e, até, das nossas dificuldades. Parar, ver e sentir.

Decerto existem muitos outros projetos interessantes e de igual valor Região fora. Com certeza, muitos mais voluntários cujo empenho é preponderante em diversas áreas, mas estes exemplos que, neste texto, apresento e enalteço, desenvolvidos por jovens de tenra idade e por professores altruístas que entendem a educação de uma forma magistral, provam que a humanidade ainda existe entre os humanos.

Numa dinâmica final no painel que moderei, pedi que cada um escolhesse uma palavra que espelhasse e resumisse o que o voluntariado significava. O Rodrigo Andrade disse felicidade. Eu escolhi e rematei a conversa com uma pequena, mas sentida palavra: Obrigada.

Que essa felicidade de continuar a ajudar, a ver para além de nós, continue a servir como luz nesse caminho de desenvolvimento pessoal, de interajuda, de capacitação e de solidariedade. Que continuemos a ser contagiados pelo exemplo, pela humanidade e que saibamos, sempre, agradecer o papel de cada um dos voluntários que alimentam estes projetos escolares e tantas e tantas instituições que são fundamentais na nossa Região.

Obrigada. Por nos ensinarem a olhar e a ser. Para além de nós!

Boas Festas a todos!