André Pestana, 48 anos, de Coimbra, conhecido pelas greves nas escolas em 2022/2023, enquanto rosto do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.), apresentou a candidatura às eleições presidenciais “para ser a voz dos sem voz”.
Na página da sua candidatura, André Pestana diz ter sido desafiado por 50 ativistas de várias áreas para entrar na corrida à Presidência da República, com o objetivo de “ser a voz dos sem voz”, “elevar a luta pelos serviços públicos a outro patamar” e “ripostar à barbárie social/ecológica e injustiça crescentes”.
Sob o mote “é hora de abrir a pestana”, a sua candidatura reuniu cerca de 8.000 assinaturas entregues no Tribunal Constitucional.
Nascido e criado em Coimbra, é professor de Biologia e Geologia e tem dois filhos.
Formou-se em Biologia na Universidade de Coimbra, com média final de curso de 16 valores e doutorou-se em Biologia, na área das alterações climáticas, na Universidade Técnica de Lisboa.
Enquanto estudante do Ensino Secundário colaborou com o Núcleo de Coimbra da Amnistia Internacional da Associação Académica de Coimbra (AAC) e no Ensino Superior foi cabeça de lista de candidaturas alternativas para AAC, no contexto das lutas contra as propinas.
Desde 2001, como professor do ensino secundário, deu aulas em escolas de várias zonas do país (Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Serpa, Lisboa, Oeiras, Fátima, Cascais, Sintra) sempre como professor precário, tendo efetivado apenas em 2023.
Desde o início da sua atividade docente, esteve sindicalizado e também encabeçou listas alternativas no Sindicato dos Professores da Grande Lisboa da Federação Nacional dos Professores (SPGL/FENPROF), defendendo mandatos consecutivos finitos para os dirigentes sindicais, tendo sido eleito para o Conselho Geral do SPGL.
Em 2018, “sucessivas desilusões” levaram-no a fundar, juntamente com colegas, um o S.TO.P, inicialmente Sindicato de Todos os Professores e, atualmente, Sindicato de Todos os Profissionais da Educação.
Nos primeiros anos, o S.TO.P. dinamizou lutas como a greve às reuniões de avaliação, em 2018, ou a greve contra o amianto nas escolas (ano letivo 2019/2020).
Em 2022/2023, André Pestana foi um rosto da luta na Educação, em Portugal, com greves durante vários meses seguidos e manifestações com milhares de pessoas, que juntou docentes, assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores/ especializados.
Passou pela Juventude Comunista Portuguesa (JCP), pelo Bloco de Esquerda (BE) e mais tarde pelo MAS, tendo, posteriormente, interrompido a militância partidária.
“Perante a crise que afeta Portugal e o mundo, [André Pestana] mantém como objetivo da sua ação a necessidade de construir uma alternativa democrática verdadeiramente anti sistémica que responda à urgência de uma profunda mudança social, económica e ecológica”, lê-se na página da sua candidatura.