Tal como o JM deu conta há instantes na sua edição Online, a proposta de Orçamento Municipal para 2026 e das Grandes Opções do Plano Orçamental foi hoje aprovada apenas com os votos favoráveis do JPP.
O PS, por sua vez, votou contra o documento, considerando que o mesmo “não só carece de ambição política e visão estratégica, como revela uma preocupante conceção autoritária da governação local”.
A posição foi assumida pelo deputado municipal António Alves, na segunda sessão ordinária da Assembleia Municipal, através de uma intervenção marcada por forte crítica política, financeira e democrática.
Numa nota enviada à redação, os socialistas referem que durante o debate, a presidente da Câmara, Elia Ascensão, afirmou que o orçamento “é apenas para 2026” e não plurianual, desvalorizando a importância das Grandes Opções do Plano enquanto instrumento estratégico de médio prazo.
Para o PS, esta afirmação é particularmente grave, por demonstrar uma visão redutora da governação municipal, limitada ao curto prazo e alheia à necessidade de planeamento estruturado para o desenvolvimento do concelho.
Mais grave ainda, segundo os socialistas, é o facto de a presidente ter afirmado que, “queiram ou não”, o orçamento “vai ser aprovado”, numa declaração que revela um profundo desprezo pelo debate democrático e pelo papel fiscalizador da Assembleia Municipal. Para o PS, esta postura traduz uma conceção de poder assente na imposição da maioria, esvaziando o debate político e tratando os órgãos democráticos como uma mera formalidade.Para os socialistas, a intervenção da presidente atingiu, contudo, o seu ponto mais revelador quando afirmou que falar de planos estratégicos “lhe dá arrepios”, associando a ideia de estratégia ao passado e afirmando que foi precisamente essa “estratégia” que levou o Município ao estado em que se encontrava em 2013.
Para o Partido Socialista, esta declaração é politicamente chocante e profundamente esclarecedora: não só revela uma aversão declarada ao planeamento estratégico, como procura reescrever a história recente, ignorando deliberadamente que foi precisamente a ausência de estratégia e de rigor que marcou os períodos mais difíceis da governação municipal.