A secretária regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, presidiu esta quarta-feira à sessão comemorativa do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, num evento organizado pelo Departamento de Inclusão da Pessoa com Deficiência (DIPD), promotor da iniciativa integrada no tema “Palcos que Unem...”.

O evento iniciou com a abertura da exposição “Palcos que Unem...”, que reúne trabalhos criativos das várias respostas integradas no DIPD, seguindo-se um espetáculo musical inclusivo com a participação de artistas regionais e de utentes dos diferentes Centros de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI).

Na sua intervenção, a secretária regional sublinhou que esta data representa “um compromisso renovado com a construção de uma sociedade verdadeiramente justa, onde todas as pessoas possam participar com igualdade, autonomia e respeito”.

Reforçou que a inclusão “não é um favor, nem um privilégio concedido”, mas “um direito humano fundamental”, ressaltando que cabe à sociedade “remover barreiras físicas, comunicacionais, sociais e culturais” que ainda limitam a plena participação das pessoas com deficiência.

Paula Margarido elogiou o Departamento de Inclusão da Pessoa com Deficiência, os CACI e as IPSS, reconhecendo o papel decisivo destas estruturas no desenvolvimento de projetos de vida, na capacitação e no apoio diário às pessoas com deficiência. “São espaços onde se constrói autonomia, autoestima e sentido de projeto, através de equipas que trabalham com dedicação, competência e humanismo”, afirmou.

A governante destacou ainda o crescente número de pessoas com deficiência integradas no mercado de trabalho ou em atividades socialmente úteis, progresso que atribui ao trabalho consistente dos CACI, à articulação com entidades empregadoras e ao envolvimento das equipas técnicas. “Cada integração bem-sucedida não é caridade; é reconhecimento de capacidades, de mérito e de direitos”, vincou.

Durante o evento foram igualmente apresentados projetos que simbolizam o impacto das políticas de inclusão na Região. Entre eles, o anjo CACiel, uma peça artesanal certificada pelo IVBAM e criada no âmbito do trabalho desenvolvido no Centro de Inclusão Social da Madeira, resultado da aprendizagem do Bordado Madeira por um grupo de utentes.

A secretária referiu também os Green Buddies, desenvolvidos no contexto de uma parceria com o Galo Resort Hotels, que têm levado o trabalho inclusivo regional a visitantes de todo o mundo.

Para Paula Margarido, esta celebração “é também um reconhecimento público da riqueza humana, social e cultural que as pessoas com deficiência trazem às nossas comunidades”. A governante concluiu sublinhando que a inclusão se constrói diariamente, “quando garantimos acessibilidade, criamos condições de emprego, apoiamos as famílias e damos voz às próprias pessoas com deficiência nas decisões que lhes dizem respeito”.

Para finalizar, evocou o exemplo de John Lennon que, quando em criança respondeu, na escola, à habitual pergunta sobre o que queria ser quando fosse grande, escreveu simplesmente: “Quero ser feliz”. Uma resposta que, sublinhou, “resume aquilo que está verdadeiramente em causa na nossa ação coletiva: criar condições para que todas as pessoas, com e sem deficiência, possam ser felizes”.