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“O que está a crescer é o emprego mal remunerado e não qualificado”

Data de publicação
26 Novembro 2025
9:45

O debate temático dedicado ao Emprego, na Assembleia Legislativa da Madeira, gerou esta quarta-feira um momento de confronto político entre o deputado Luís Martins, do Juntos Pelo Povo (JPP), e o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, com o tema dos salários, da qualificação profissional e da qualidade do emprego no centro das intervenções.

Luís Martins, JPP, começou por afirmar que a questão do emprego na Região “não pode ser considerada resolvida”, apesar dos números positivos divulgados pelo Governo. Para o deputado, o problema central reside na insuficiência dos rendimentos e na perda de poder de compra causada pela inflação dos últimos anos.

“É importante ter população ativa empregada, mas não é menos relevante ter ordenados adequados ao custo de vida”, sublinhou, lembrando que “ano após ano”, os trabalhadores têm visto os seus aumentos salariais absorvidos pela inflação.

O deputado citou dados do 3.º trimestre de 2025, segundo os quais o rendimento médio mensal líquido na Madeira se situa nos 1.189 euros, abaixo dos 1.303 euros registados no continente. Referiu igualmente uma análise recente do Polígrafo SIC, baseada em dados oficiais da Segurança Social, onde se conclui que mais de 80% dos trabalhadores portugueses ganham 1.500 euros brutos ou menos.

Luís Martins apresentou ainda números sobre o tipo de emprego criado na Região. Entre 2024 e 2025, observou-se um aumento de 6% no trabalho não qualificado, passando de 17 mil para 18 mil trabalhadores. Em sentido contrário, o número de trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices diminuiu de 15,5 mil para 14,4 mil.

“Fala-se de quase pleno emprego”, disse, “mas o que está a crescer é o emprego mal remunerado e não qualificado”. O deputado questionou o Governo sobre “que medidas estão previstas para ultrapassar a situação de baixos rendimentos e perda de poder de compra de grande parte da população empregada”.

Na resposta, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, ironizou com a utilização, por parte do deputado, de informação do Polígrafo SIC: “Estamos esclarecidos relativamente à SIC, qual a credibilidade da sua estatística”, afirmou.

Contudo, Albuquerque centrou a argumentação noutro ponto que considera essencial: a devolução de rendimentos às famílias e trabalhadores. Segundo o governante, esses mecanismos, que incluem reduções fiscais e medidas regionais de apoio direto, “não são contabilizados nos números apresentados pelo deputado”, mas têm um “efeito fundamental na subida do rendimento disponível”.

Sem entrar em detalhes sobre novas medidas, Albuquerque insistiu que a política de devolução de rendimentos tem contribuído para reforçar o rendimento das famílias madeirenses, contrapondo assim a visão apresentada pelo JPP.

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