Élvio Sousa, líder do principal partido da oposição no parlamento madeirense, aproveitou o discurso na sessão comemorativa do dia da Região, no Parlamento madeirense, para evocar o os 50 anos da Autonomia regional, lembrando que “o fim das maiorias absolutas chegou em 2019 ao poder regional, e há décadas ao poder municipal”. Contudo, lamentou a postura do governo de união coligativa, em que “parece que cresce a soberba e a arrogância. Destratar de forma arruaceira, indigna e insolente, o vice-presidente do JPP desta Casa e duas deputadas, ambos eleitos pelo povo, é um sinal preocupante de fanatismo ideológico.
À falta de argumentos sérios, recorrer à injuria e má educação, como fez recentemente o nomeado secretário Eduardo jesus; ao chamar “palhaço-mor”, de “badamerdas”, “gajas” e “burra” e outra malcriação que escuso de proferir, é a continuidade de uma “escola arruaceira”, arrogante e antidemocrática”, recordou, não deixando passar os acontecimentos durante a discussão do orçamento regional.
Élvio Sousa recordou as palavras da Presidente do Parlamento a 10 de abril deste ano, cito: “Um Parlamento democrático não aceita a palavra que fere, que INSULTA, que discrimina”, para comentar que “infelizmente não assistimos, com a celeridade que se imponha, ninguém a estancar, a repreender e a condenar atempadamente esta má educação”.
Por outro lado, o JPP mantém o seu foco na resolução dos reais problemas das populações: “A aliança governativa continua alegremente agarrada aos recordes no PIB, no turismo e na receita fiscal, mesmo sabendo que esse crescimento na economia: Não tem correspondência no aumento real dos salários; não reduz a carga fiscal; não baixa o custo de vida; esmaga a classe média e a classe trabalhadora privada de arrendar ou comprar casa; não trava a exclusão social; não diminui as listas de espera na saúde”, entre outros problemas.
Lembrou ainda os índices de pobreza na Região e o desemprego jovem.
“Vivemos num país onde os custos de soberania e de insularidade são assumidos pelas regiões autónomas, enquanto a República, qual ingrata e distante, escapa impune ao cumprimento das suas responsabilidades. Primamos por uma revisão constitucional que aperfeiçoe e amplie os poderes das regiões autónomas. Urge recuperar o tempo perdido, e assumir que dentro do Estado unitário estão a regiões autónomas, cujo domínio público deve ser integralmente da sua gerência”, sublinhou.
Élvio Sousa disse ser “uma honra termos ajudado a construir, também, o orgulho madeirense e autonomista. Procuraremos, sempre, propostas e soluções eficazes para resolver os graves problemas”.
Entre outros exemplos, defendeu que, na habitação, “é preciso construir a todo o gás, aumentar a oferta para além das verbas do PRR e construir mais habitação utilizando parte dos 134 milhões de euros da receita extraordinária”.
O JPP tem defendido, e assim vai continuar, que sejam estabelecidos acordos com as câmaras para mais rapidamente se resolver a enorme carência de habitação.
“Em matéria de transportes e mobilidade, não desistiremos enquanto o residente não pagar só 79€ e o estudante 59€ nas viagens entre a Madeira e o Continente. O subsídio é atribuído aos madeirenses e não às companhias aéreas (Por isso o deputado do JPP Filipe tem já pronta uma solução rápida na AR, sem a bênção e autorização dos partidos centralistas. Se não passar, agiremos em conformidade, sem medo).
É preciso resolver a linha marítima ferry, de passageiros e carga, para introduzir concorrência no transporte de mercadores, baixando o seu custo, e abrir portas a mais uma cadeia de supermercado (medidas com impacto direto na redução do custo de vida)”.
“Facilitaremos consensos. Seremos persistentes nas causas insulares e exerceremos uma vigilância democrática apertada e constante. Criticaremos com fundamento. Proporemos com rigor.
Seremos portadores de esperança e da civilidade tolerante. Pugnaremos sempre pela verdade, pois o coração não pode calar as injustiças sobre o Povo, sobre as famílias e sobre as empresas. Liderar democraticamente a oposição é dizer a verdade, frontalmente e sem medo. Sempre! Estaremos sempre prontos!
Tal como escreveu Virgílio na Eneida, estaremos sempre prontos para “unir os Homens e afiar a espada””, citou.