A nova Estratégia Regional para a Prevenção e Redução dos Comportamentos Aditivos 2026-2030 é apresentada, num momento que reúne várias entidades do setor da saúde, justiça e intervenção social. Entre as vozes presentes, Isabel Dias, coordenadora do Ministério Público, destacou a relevância do documento para uma atuação mais informada e eficaz.
Para a responsável, trata-se de um instrumento “absolutamente fundamental”, uma vez que oferece uma abordagem sistematizada para aprofundar o conhecimento sobre o fenómeno dos consumos de substâncias ilícitas, mas também sobre as novas substâncias psicoativas, cuja presença tem aumentado nos últimos anos. Isabel Dias sublinhou que estas substâncias “são recentes, de difícil deteção e até de difícil caracterização em termos científicos”, o que exige um esforço adicional por parte das autoridades.
A coordenadora recordou ainda que a experiência acumulada no setor judicial mostra que o fenómeno tem evoluído significativamente. “Quem trabalha no judicial desde há muitos anos trabalha com o fenómeno, mas o tipo de comércio que é feito também mudou”, afirmou, sublinhando que o tráfico se adapta com rapidez e que os métodos tradicionais de investigação já não são suficientes.
“A abordagem para o combate deste tráfico precisa de outros métodos e o conhecimento do que se passa, do número de pessoas afetadas, é absolutamente fundamental”, reforçou, salientando que esse conhecimento atualizado é essencial para ajustar estratégias, definir prioridades e garantir respostas proporcionais ao risco.
Do ponto de vista do Ministério Público, a estratégia agora apresentada oferece instrumentos que permitem melhorar a capacidade de deteção, análise e atuação, promovendo uma intervenção mais coordenada entre as várias entidades envolvidas.