A Iniciativa Liberal alerta para a crescente “desorganização e falta de planeamento” na gestão autárquica de Santa Cruz.
O partido refere que, “da recolha de resíduos ao urbanismo, multiplicam-se os exemplos de ineficácia, ausência de estratégia e desrespeito pelas necessidades dos cidadãos”.
“Santa Cruz precisa de uma Câmara próxima das pessoas, que ouça os munícipes e planeie o futuro do concelho com seriedade e transparência. O que vemos hoje é precisamente o contrário”, denuncia Nuno Fernandes, cabeça de lista da Iniciativa Liberal à Assembleia Municipal.
O IL menciona que, nos últimos anos, os problemas acumulam-se em várias áreas essenciais. “A recolha seletiva de resíduos continua a ser irregular e imprevisível, com contentores cheios durante dias, provocando situações de insalubridade e desconforto para os moradores. Também a limpeza das ruas, veredas e espaços públicos é feita de forma descoordenada, transmitindo uma imagem de abandono e desleixo”, refere.
No urbanismo, a situação, de acordo com a IL, não é diferente. “O licenciamento de novas construções avança sem qualquer critério claro, transformando zonas residenciais em áreas densamente edificadas, sem estacionamento, sem espaços verdes e sem segurança pedonal”, aponta.
“A qualidade de vida dos Santa-Cruzenses foi sacrificada em nome de mais licenças, mais taxas e mais receitas para a autarquia”, critica Nuno Fernandes.
A Iniciativa Liberal aponta ainda a falta de planeamento económico como um dos principais problemas. “A Câmara não apoia o tecido empresarial local, que poderia gerar emprego e dinamizar a economia de Santa Cruz, mas que não consegue, sequer, ganhar a execução dos contratos promovidos pela própria Autarquia”.
“A isto somam-se critérios de determinação do valor patrimonial tributários dos imóveis, que levam a que algumas zonas do Concelho tenham um dos IMI mais elevados do país, o que obriga os munícipes a pagar caro por luxos e comodidades que estão longe de ter”, acrescenta.
O partido diz que a qualidade da água também levanta preocupações: “embora considerada própria para consumo, o sabor intenso a produtos químicos torna-a praticamente intragável em várias freguesias”.
“Uma gestão que se diz feita ‘pelo povo’ tem demonstrado uma enorme dificuldade em ouvir o próprio povo e em responder às suas necessidades. São ignoradas sugestões simples e sem custos, como melhorias no trânsito ou na sinalização, que poderiam fazer diferença no dia-a-dia dos cidadãos”, conclui Nuno Fernandes.