Carlos Coelho, presidente da Assembleia Municipal da Ponta do Sol, considerou, esta manhã, na sessão solene do Dia do Concelho, que o incêndio de agosto deveria promover uma reflexão sobre se o caminho que tem vindo a ser trilhado em termos de políticas florestais foi o mais correto ao longo das últimas décadas, defendendo a necessidade de uma abordagem governativa diferente.
O presidente da Assembleia Municipal afirmou que o incêndio foi uma “tragédia” que colocou todos à prova e que evidenciou a dedicação e sentido de dever do executivo municipal, assim como dos funcionários do município e de todas as forças e corporações envolvidas.
Fazendo uma leitura “muito fria” da realidade, Carlos Coelho considera que o que se presenciou ao longo do tempo foi uma troca: “trocou-se pessoas, gado e rentabilização das nossas serras, por abandono, infestantes e desordem”.
“Agora temos um barril de pólvora sobre as nossas cabeças, e desengane-se quem achar que vamos conseguir contrariar este flagelo apenas com apelos e multas”, afiança.
Carlos Coelho entende que “ninguém, tirando aqueles - poucos - que realmente têm uma ligação muito forte à serra, vai gastar o seu tempo produtivo para limpar ou cuidar dos terrenos se não houver um rendimento associado, se esse terreno não gerar uma mais-valia”. E, para isso, sustenta, “é preciso uma abordagem governativa muito diferente da atual, para que não andemos - ano após ano - com o coração nas mãos sempre que surge um foco de incêndio”, aponta .
Na sua alocução, o presidente da Assembleia Municipal relevou ainda a implementação da “Assembleia Municipal Descentralizada” que, neste mandato, já promoveu reuniões da Assembleia em todas as freguesias da Ponta do Sol, levando-a para fora do edifício da câmara pela primeira vez segundo realçou.
“Esta é a nossa bandeira, estamos empenhados em reforçar a transparência e comprometidos em aproximar - cada vez mais - os munícipes da Assembleia”, sublinhou.
Carlos Coelho anunciou ainda que nos próximos meses irá decorrer, na Ponta do Sol, uma iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro, mais concretamente o projeto “Um Dia Pela Vida”, apelando a que a população participe neste acontecimento, “que pretende ser - acima de tudo - uma celebração da vida, ajudando o próximo”.