Mais de 350 crianças continuam detidas em prisões e centros israelitas desde que se iniciou a guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023, anunciou hoje a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos.

“A ocupação israelita continua a deter mais de 350 crianças palestinianas nas suas prisões e campos, incluindo mais de 100 crianças mantidas em detenção administrativa”, adiantou a organização, por ocasião do Dia da Criança Palestiniana que hoje se assinala.

Segundo a comissão, durante o conflito entre Israel e o movimento Hamas, 1.055 crianças foram detidas em Gaza e outras 1.200 em Jerusalém e na Cisjordânia.

Estas crianças “enfrentam tortura, fome, além de roubos sistemáticos e privação imediata”, salientou ainda a comissão de prisioneiros, para quem em causa estão campanhas “sistemáticas” de detenção de menores.

A organização recordou ainda Walid Ahmed, um adolescente palestiniano de 17 anos, da cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, que morreu em março na prisão israelita de Megido, onde estava detido desde setembro de 2024, tornando-se o primeiro menor palestiniano a falecer numa prisão israelita desde o início da guerra.

Nos últimos meses, os advogados da organização de prisioneiros visitaram três prisões israelitas onde recolheram dezenas de testemunhos de crianças e descreveram o “nível de brutalidade praticado” e casos de “tortura sistemática”.

Um relatório divulgado hoje pelo Ministério da Saúde de Gaza refere que um total de 1.150 bebés com menos de um ano foram mortos desde o início da guerra na Faixa de Gaza, na sequência dos ataques israelitas ao enclave palestiniano.

De acordo com a Unicef, desde 18 de março, altura em que Israel retomou os ataques a Gaza, quebrando o cessar-fogo em vigor desde meados de janeiro, 322 crianças palestinianas foram mortas e 609 ficaram feridas.