A manhã de greve dos docentes revelou níveis de adesão “muito animadores”, segundo afirmou, esta manhã, Francisco Oliveira, coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira. Embora a paralisação abranja apenas aproximadamente um terço dos professores cujas reivindicações estão por cumprir e que o sindicato esperava ver asseguradas a partir de janeiro, como afirmado pelo Governo Regional, (cerca de 1.500 dos aproximadamente 6.000 docentes da região), os resultados foram considerados expressivos em vários estabelecimentos de ensino, sobretudo no pré-escolar e 1.º ciclo.
O sindicalista sublinhou que esta greve incide sobre matérias específicas, o que a torna “difícil”, mas ainda assim suficiente para enviar “um sinal inequívoco” ao Governo Regional. “Os compromissos que assumiu com o Sindicato dos Professores da Madeira têm de se cumprir”, afirmou, avisando que, caso não haja avanços, “esta onda que hoje se iniciou vai-se intensificar a partir de janeiro”.
O dirigente sindical criticou entraves que, diz, surgiram “inesperadamente” no processo negocial. Embora isente a Secretária da Educação, considera que outras entidades do Governo Regional, “talvez o próprio presidente do governo”, podem estar a bloquear soluções previamente acordadas. O principal motivo de contestação é a redução prevista no orçamento de 2026 para a valorização e progressão dos docentes: “Passou-se de sete milhões para 3,4 milhões. Não aceitamos isso”.
Entre os dados divulgados, o SPM aponta uma adesão global de cerca de 50% no 1.º ciclo e 15% nos 2.º, 3.º ciclos e secundário. Considerando apenas os professores abrangidos pelas matérias da greve, a participação sobe para 75% no pré-escolar e 1.º ciclo e ultrapassa 30% nos restantes níveis. Algumas escolas registaram valores particularmente elevados: Covão e Vargem (100%), Salão na Calheta (95%), Fonte da Rocha (83%), Santo António da Serra e Maroços (85%) ou a Secundária do Porto Santo, acima dos 50%.
Duas escolas acabaram mesmo por fechar — Covão e Vargem e Salão — enviando os alunos para casa.
No edifício da Lombada, apenas funcionou o pré-escolar. Segundo o sindicato, estes números demonstram a “insatisfação crescente” da classe e reforçam a exigência de que o Governo Regional “cumpra o que prometeu.