Realizou-se na tarde desta sexta-feira, no Salão Nobre do Governo Regional da Madeira, no Funchal, a apresentação pública da Expedição Selvagens 50.
Esta expedição, que enquadra-se nas comemorações dos 50 anos da Reserva Natural das Ilhas Selvagens e no alargamento da área protegida marinha daquele subarquipélago, é organizada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) e tem como objetivo avaliar o ponto de situação daquelas ilhas, partindo do conhecimento obtido ao longo do último meio século.
Esta agregação de conhecimento servirá, segundo Paulo Oliveira do IFCN, para "perspectivar aquilo que será o futuro da Reserva e obter melhores instrumentos de gestão da mesma", isto através de um plano de monitorização de longo prazo.
A Expedição Selvagens 50 será composta por cerca de 40 investigadores, gestores e técnicos de várias entidades. É objetivo do IFCN que a expedição se prolongue durante 2023, embora nesta primeira fase, entre 23 de abril e 1 de maio, será o momento onde haverá uma concentração maior de conhecimento e de investigadores.
Serão desenvolvidos nove temas em terra e outros 12 no mar. Entre as ações específicas estão a análise à reação dos ecossistemas após a erradicação de coelhos e murganhos há 20 anos, a utilização de tecnologia molecular tanto em insectos e répteis como na biodiversidade marinha ou a monitorização do lixo marinho e da presença de plástico nas aves marinhas. Será ainda avaliado o potencial das Selvagens como habitat para o lobo marinho.
Vale a pena recordar que o subarquipélago das Selvagens é a mais antiga Reserva Natural de Portugal e representa a maior área marinha integralmente protegida do Atlântico Norte, num total de 2.677 km2.
Hélder Teixeira