Assinala-se hoje o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, data essa que recorda a urgência de combater a violência de género, e que continua a afetar milhares de mulheres em Portugal. A violência doméstica é a forma mais visível e letal deste fenómeno e é considerada um crime público, ou seja, qualquer pessoa que tenha conhecimento de casos deve denunciá-los.
Segundo dados recentes, “24 mulheres foram assassinadas em 2025 no país, enquanto muitas outras sofreram agressões físicas ou psicológicas. Em mais de 50% dos casos, a violência era conhecida por vizinhos, familiares ou pelas próprias autoridades. Este cenário revela falhas persistentes da justiça, do Estado e da sociedade em proteger as vítimas e responsabilizar os agressores”, afirmou Dina Letra, coordenadora regional do Bloco de Esquerda.
“A violência contra as mulheres não se limita à agressão física. Inclui também assédio no espaço público, controlo do comportamento ou vestuário, divulgação de imagens íntimas e abuso psicológico, muitas vezes normalizados na sociedade”, explicou. Atualmente os especialistas deixam o alerta que “ignorar estes sinais é compactuar com a impunidade e com a desigualdade estrutural que ainda persiste”, defendeu.
O Bloco de Esquerda defende medidas concretas para proteger as vítimas: afastamento imediato do agressor, reforço do apoio durante os processos judiciais, criação de juízos especializados, endurecimento da moldura penal e programas educativos de prevenção e igualdade de género desde a escola.
“É tempo da vergonha mudar de lado”, afirma a coordenadora, sublinhando que a consciencialização e a ação coletiva são os primeiros passos para combater a violência e proteger as mulheres.