Numa nota enviada às redações, a respeito do Dia Internacional da Mulher, o Bloco de Esquerda sublinha que a celebração desta efeméride visa lembrar os avanços que “muitas mulheres conquistaram antes de nós, mas ainda do tanto que falta fazer”.
Dina Letra entende que é “importante continuarmos a assinalar a data”. Isso porque, “nada foi dado às mulheres. Tudo foi luta, muitas vezes pago com a própria vida. Tudo foi conquista, que exigiu determinação e rebeldia contra o poder patriarcal instalado, que considerava a mulher um ser inferior e que, também por isso, deveria ser submissa ao pai, ao marido, ao homem dominante”.
A coordenadora do BE lembra “os números da violência doméstica, do assédio e da violência sexual e psicológica, da desigualdade salarial, da prevalência do trabalho doméstico e do cuidado quase exclusivamente sobre a mulher comprovam o muito que falta fazer para termos uma sociedade mais justa e igualitária”, com direitos e deveres iguais para todas as pessoas.
“Esta é a luta feminista e aqui cabe toda a gente, aqui não interessa o género, mas a defesa dos direitos humanos”, vinca a dirigente, deixando ainda o alerta de que todas as conquistas, “a liberdade tal como a conhecemos e vivemos atualmente não está garantida”.
“Hoje, o mundo ocidental, progressista, democrático, defensor do direito internacional e do direito dos povos à sua autodeterminação está ameaçado por uma onda conservadora e de extrema-direita, também no nosso país e aqui na Madeira, que quer travar o desenvolvimento e as conquistas individuais e coletivas que obtivemos nestes 50 anos de democracia.
Já não basta ficar surpreendido com os ataques e os retrocessos que este conservadorismo está a querer implementar no mundo ocidental.
Se queremos manter o nosso modo de vida, se acreditamos no caminho do progresso, se acreditamos na liberdade de ser e de estar é preciso um sobressalto. O sobressalto de quem acredita e defende a democracia e a liberdade.
Por isso, não lhes damos descanso. Por isso é fundamental não abdicar das conquistas que tivemos. Por isso não podemos ser dominados pelo medo.
Por isso o Bloco de Esquerda, que esteve e está nessa luta desde sempre, não se calará perante as injustiças e as desigualdades”, reforça Dina Letra.