MADEIRA Meteorologia

23ª Encontro Valorpneu reúne durante dois dias ‘stakeholders’ da rede na Madeira

Data de publicação
19 Novembro 2025
12:38

“Juntos por um Ambiente com Futuro” foi o tema do 23º Encontro da Rede Valorpneu, que este ano reuniu na Madeira, nos dias 10 e 11 de novembro, stakeholders da rede Valorpneu e Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SIGPU) para debaterem temas impactantes para o sector e partilharem experiências, desafios e oportunidades para o futuro.

O primeiro dia foi dedicado ao convívio entre todos os participantes, que trocaram experiências e fizeram o balanço do ano, entre um passeio de teleférico e uma visita ao jardim do Monte Palace. O dia terminou com uma prova de vinhos Madeira na Blandy’s Wine Lodge e com um jantar convívio com direito ao “Bailinho da Madeira”.

O dia 11 foi marcado pela sessão de trabalhos, que teve início com Helder Pedro, gerente da Valorpneu, que deu as boas-vindas a todos os convidados e agradeceu a presença de todos os operadores da rede e dos elementos representados da tutela, relembrando que a Valorpneu implementou a gestão de resíduos na região autónoma da Madeira há 15 anos, altura em que realizou o primeiro encontro neste arquipélago.

Seguiu-se uma apresentação de Manuel Oliveira, Diretor Regional do Ambiente e Mar da Madeira, que falou sobre a evolução da gestão de resíduos nos últimos anos no arquipélago. “Enquanto nos anos 90 os resíduos na Madeira eram enterrados ou queimados a céu aberto, atualmente apenas 1% são colocados em aterro sanitário sem qualquer tipo de valorização, um valor muito residual”. De acordo com este responsável, para este facto muito contribuiu a indústria da reciclagem. “Se no final do século existia na região um operador de gestão de resíduos, hoje são dezenas, cobrindo a totalidade dos resíduos, com principal destaque na área da construção civil e automóvel, quer pelas suas dimensões, quer pelos resíduos perigosos com que trabalham”, acrescenta. Manuel Oliveira destacou ainda as vantagens da utilização de borracha de pneus nos asfaltos da Madeira, sobretudo ao nível do ruído, da durabilidade e do impacto no desgaste dos veículos.

Nesta manhã, a equipa da Valorpneu apresentou o tema “A Valorpneu: desafios e perspetivas para 2025/26”, garantindo que o próximo ano “será de aposta, vamos continuar a inovar, vamos apostar na investigação e desenvolvimento, na digitalização e vamos olhar para os processos de inteligência artificial. Com isto, queremos agilizar o sistema, de forma a torná-lo mais colaborativo, com mais soluções para o mercado dos pneus usados”.

Climénia Silva, diretora geral da Valorpneu, destacou a importância da extensão da licença da entidade gestora para 10 anos, substituindo os cinco anos habituais, o que permite uma maior visibilidade, tomar medidas mais estratégicas e assumir metas mais ambiciosas.

“Em 2025, mais uma vez, vamos cumprir todas as metas propostas, com uma taxa de recolha acima do objetivo de 96%. Este ano vamos recolher 93 000 toneladas de pneus, dos quais cerca de 12 360 toneladas vão para além do objetivo de recolha e são valorizadas energeticamente”, refere. Isto traduz-se em um benefício para o ambiente, com redução de 175 000 toneladas de emissões de gases efeito estufa e um consumo evitado e 5 200 Tj de energia.

O destino privilegiado continua a ser a reciclagem, seguindo-se a valorização energética e, com muito pouca expressão, a recauchutagem. Relativamente a este último destino, Climénia Silva alerta para a necessidade de serem tomadas medidas para o incentivar.

A diretora geral da Valorpneu destacou ainda o programa NextLap Tech Hub, promovida em parceria com a consultura de inovação Beta-i, que tem como objetivo promover novas soluções para os pneus usados. “Este programa já contou com três edições, onde a última culminou num summit no Jardim Botânico da Ajuda com a apresentação de alguns pilotos, juntando os inovadores na Universidade de Coimbra e da Dreamplas e empresas como a Infraestruturas de Portugal e Bondalti. “Em setembro teve início a 4ª edição do NextLap Tech Hub, na qual se vão juntar, para além das empresas anteriores, a TMG Automotive, a TMG Textiles, o grupo de construção ACA e a Procalçado.

Seguiu-se uma intervenção de Amílcar Gonçalves, presidente do Conselho de Administração da ARM – Águas e Resíduos da Madeira que fez uma breve explicação de como funciona o Sistema de Gestão de Resíduos da Madeira, com especial enfoque na valorização dos pneus usados. Apesar de o sistema estar a funcionar bem, existem ainda alguns desafios que se prendem com o facto de estarmos a falar de uma região insular. Amílcar Gonçalves lançou um desafio à Valorpneu relacionado com o transporte dos pneus usados de Porto Santo diretamente para o continente, sem ter de passar pela Madeira, diminuindo significativamente custos financeiros e ambientais. Este responsável falou-nos também de um novo destino dado aos pneus usados na Madeira que passa pela utilização de pneus inteiros em estruturas de contenção viária, uma solução que não é reciclagem, mas é uma reutilização digna de produtos que estão na região.

A sessão contou ainda com a mesa-redonda “Circularidade e Responsabilidade: O Presente e o Futuro da Gestão de Pneus Usados”, moderada por Sofia Arnaud (H Advisors CV&A). O debate reuniu Ana Cristina Carrola (Agência Portuguesa do Ambiente), Carla Pinto (Direção-Geral das Atividades Económicas), Rita Marques (Associação dos Recauchutadores de Portugal), Carina Freitas (Divisão de Gestão de Resíduos e Economia Circular da DRAM – Região Autónoma da Madeira) e Isabel Alves (Tecnovia Madeira). As intervenções abordaram os desafios e oportunidades da economia circular aplicada à gestão de pneus usados, sublinhando a importância da responsabilidade partilhada entre entidades públicas, operadores e produtores para garantir um sistema cada vez mais sustentável e eficiente.

Como vem sendo habitual nos encontros anuais da Valorpneu, foi entregue também o Prémio de Desempenho do Centro da Rede de Recolha, atribuído à empresa Ribeiro & Filhos.

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