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Artigo de Opinião

Vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

26/07/2023 08:00

O valor da fraternidade, do trabalho, do saber reconhecer, e, sobretudo, da lealdade.

Lealdade, esse valor tão essencial na relação com o outro, na verdade que deve orientar todas as nossas ações. É um valor facilmente esquecido naquilo que a política tem de mais egoísta e falso. Principalmente naquela política que não se orienta para o bem comum, para um projeto coletivo, mas que é, amiúde, território fértil de egos desmedidos, de projetos pessoais de poder. Tudo o que é contrário àquilo que deve ser a política e os seus nobres objetivos.

A ambição é sempre legítima, mas existem valores que não se devem espezinhar numa espécie de jogo onde vale tudo. Neste contexto, a falta de lealdade é uma lança que fere de morte projetos e que lança um manto de impossibilidade na união que é o fator de sucesso de qualquer coletivo familiar, político ou social.

Digamos que a lealdade é o cimento que dá força e que mantém unida uma coletividade em torno de um projeto. Sem ela, é como criar obstáculos que nos separam, que nos distanciam, que esmorecem o percurso comum em benefício de uma corrida a sós.

A lealdade, tal como a unidade, é o que faz a força, já diz o adágio, e estas verdades universais são, apesar da sua natureza de lugar comum, o valor primordial que deve ser levado a sério e com seriedade a todo o momento e em todos os momentos.

A lealdade é um valor em si, um valor que nos mantém na família, um valor que nos reconhece no trabalho, um valor que nos define na sociedade e nas suas várias manifestações coletivas.

De quem está ao nosso lado, ou do mesmo lado da barricada, espera-se sempre que seja leal, verdadeiro, justo. É sempre mais fácil lidar com a falta destes valores quando eles não existem naqueles que nos são distantes ou que estão em outras esferas. A falta de lealdade dentro de um mesmo coletivo é o que fere esse coletivo de morte, seja ele uma empresa, um organismo público, uma família ou um partido.

Cheguei à política há precisamente dez anos. Tem sido um percurso bonito, mas não isento de algumas perplexidades, de alguns choques, de algumas desilusões e do derrubar de algumas coisas que tinha como certas. A lealdade entre iguais era uma delas. Sempre ouvi os que me estão próximos defenderem que a lealdade e a confiança são a garantia de sucesso de uma equipa e de um projeto. Dez anos depois, ainda acredito neste primado que nos eleva acima de nós mesmos, da nossa pequena humanidade tantas vezes colocada à prova.

Enquanto formos leais, a nós mesmos, aos outros, ao nosso projeto, à nossa identidade, não há inimigo externo que nos derrube.
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