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Artigo de Opinião

7/02/2025 08:00

Nas próximas eleições legislativas regionais, mais do que estar a votar em partidos políticos, mais além dos próprios programas eleitorais, estaremos a votar em pessoas. São 47 lugares que são ocupados por pessoas da sociedade que concorrem em listas separadas e que dão a cara por um determinado partido.

É através dos possíveis e variados resultados eleitorais que se irá formar um governo, “validado” por uma moção de confiança por parte do parlamento. Esta é a base que não tem grande essência, estando a magia na imprevisibilidade dos votos. Divulgados os resultados, é pura e simples matemática, garantir 24 deputados/as para garantir uma maioria. Fazer contas entre esquerda e direita a ver quem tem mais força para uma solução de governo. Caso nenhum dos lados tenha força suficiente, é o que conseguir mais margem de manobra que o outro e ir negociando ao longo da legislatura. Isto se quisermos continuar a olhar para a política como um braço de ferro entre direita e esquerda. Se quisermos começar a olhar para a política como mais do que uma conta matemática, e se nos desprendermos do que nos tem mantido reféns, vemos que política é outra coisa. O ser eleito/a pelas pessoas, saber que houve um conjunto de eleitores que depositaram em nós confiança. Que acreditaram no nosso projeto e na força do nosso trabalho. Estar a ocupar um lugar na casa da democracia para puder dar voz às preocupações das pessoas. Fazer ouvir as suas vontades e necessidades, mas também as suas ideias. Ter a capacidade e os recursos para criar legislação, levá-la a discussão, fazê-la ser aprovada por diferentes forças partidárias e ver ser implementada. Todo este processo legislativo que não é tão visível quanto o resto, que não tem muitas vezes o brilho que devia, é um processo bonito. Essa é a base do parlamento e a função primordial pela qual foi criado. E é um processo único para quem se dedica a estudar, a ler, a ouvir, a reunir consensos, para quem está focado e tem como objetivo criar. Construir e produzir de forma a tornar o mundo um lugar melhor.

A política é um conjunto de encontros e desencontros entre pessoas. Por vezes é possível entendimentos e vitórias, outras vezes é preciso aceitar as perdas. São cedências de parte a parte, sem evoluções perfeitas, mas na crença de que o caminho se faz caminhando. É a união das forças quando os caminhos convergem, e o respeito quando as divergências são maiores que os pontos comuns. E mesmo assim, não desistir. Porque ao final do dia, quando as câmaras desligam, os computadores encerram e as luzes apagam, o que fica é a sensação de dever cumprido e a consciência tranquila de sabermos que fizemos o melhor que podíamos e que sabíamos. E se as intenções forem realmente boas, saímos ainda com o sentido de querer fazer melhor no dia seguinte. Usar uma melhor argumentação, exprimir melhor as ideias, assumir um discurso mais claro e consistente, apresentar um melhor diploma. É um compromisso com a população, não só a que nos elege como toda aquela que deposita em nós sentido de responsabilidade em discutir sobre as suas vidas. É discutir sobre os nossos direitos e deveres e não podemos dar esse poder a qualquer um/a. Por isso cada voto é primordial e faz toda a diferença. Mais além das sondagens, dos títulos marcantes, dos comentários de café ou das pressões sociais, o que interessa no dia do voto é termos a consciência que estamos a votar em pessoas e chegarmos ao final do dia tranquilos sabendo que votamos nas pessoas certas.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
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Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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