A Peça
Joana é a protagonista, que tal como qualquer rapariga adolescente, está numa fase de busca da sua identidade, da autonomia em relação aos pais e que vive a pressão de grupo tão comum nesta idade. Sente com especial intensidade a angústia, as preocupações e a vulnerabilidades decorrentes de duas grandes perdas da sua vida recente, a morte da avó e a morte da sua melhor amiga. Um abalo que a faz questionar o sentido da vida, que a expõe à solidão e à dificuldade de encontrar alguém de confiança com quem partilhar os problemas e a ilusão de que o recurso ao consumo de drogas (também por influência dos amigos) seria uma solução para os seus problemas.
O grande objetivo desta peça é sensibilizar pais e jovens para os riscos associados ao consumo de substâncias psicoativas, chamando a atenção para aspetos relevantes da relação pais/filhos que são fundamentais e que podem funcionar como fatores de proteção.
Como podemos então prevenir na família?
Todas as fases de desenvolvimento dos filhos são importantes, em diferentes domínios da relação, nomeadamente:
Transmissão de carinho e afeto
Diálogo franco e aberto
Garantia de segurança, apoio e empatia
Disponibilidade de tempo em todas as etapas do desenvolvimento
Compreensão e partilha de sentimentos
Acompanhamento da vida e dos objetivos escolares dos filhos
Atenção a possíveis sinais de alerta, particularmente alterações de comportamento
Conhecimento da vida dos filhos, nomeadamente, os seus gostos e amizades
Como podem os jovens estar mais prevenidos para lidar com a oferta de drogas?
Ninguém vive sozinho. É importante partilhar as preocupações com os pais, com um amigo de confiança, com um professor ou procurar ajuda mais técnica, recorrendo ao psicólogo da escola ou ao centro de saúde.
Por mais difíceis que nos possam parecer os problemas, existe sempre uma solução. Errado será manter a ilusão de que os problemas se resolvem com recurso ao consumo de substâncias psicoativas. Muito pelo contrário. Ao problema inicial somam-se os problemas associados ao consumo.
A Mensagem
Nem tudo o que parece. Isto para dizer que a Joana era uma boa aluna, tinha sonhos e objetivos, de entre os quais entrar no curso de medicina, estava integrada num grupo de amigos, pertencia a uma família socialmente favorecida e informada e toda a gente gostava dela. Aparentemente ninguém diria que um dia seria vítima dos consumos. Mas no melhor pano cai a nódoa. E como diz também o ditado, é sempre melhor prevenir do que remediar.